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Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Estudo diz que antes dessa idade o cérebro ainda está em formação e seria mais vulnerável às drogas.

Uma série de estudos médicos que acaba de ser publicada pela revista científica The Lancet é categórica ao afirmar que a adolescência dura até os 24 anos de idade. É apenas nessa idade que o desenvolvimento do cérebro é completado. Isso significa, dizem os autores, que em pessoas mais jovens o cérebro também é mais sensível aos efeitos do álcool, do tabaco, e de outras drogas.

Segundo o estudo, menores de 24 anos “não apenas viciam com mais facilidade como também sofrem uma perda maior de neurônios” por causa das drogas. Os pesquisadores ressaltam que, por outro lado, é justamente entre 18 e 24 anos que os jovens mais consomem álcool. Nessa faixa etária, no Brasil, cerca de 78% das pessoas já usaram álcool e 19% delas são dependentes, segundo dados do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).

“A geração atual de jovens vai escolher caminhos diferentes em relação às gerações passadas e vai ter de encarar novos desafios para sua saúde”, diz um dos autores do trabalho do The Lancet, o pesquisador George Patton, da Universidade de Melbourne, na Austrália. Ele afirma que os governos precisam de programas voltados para a saúde dos adolescentes para minimizar os riscos ligados à bebida.

Especialistas brasileiros concordam que a formação cerebral se estende para depois dos 18 anos. “Essa fase, a partir dos 10 ou 12 anos, até os 20 e poucos anos, é de formação. O jovem está deixando de ser criança e, antes de entrar na fase adulta, vai querer experimentar de tudo. A droga vai junto nesse contexto”, diz a pesquisadora Maria Lucia Formigoni, chefe do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo e Consultora da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

Em muitos países, inclusive no Brasil, a adolescência compreende a época do início da puberdade e os 18 anos. É nessa idade que muitos jovens escolhem uma profissão, por exemplo. É também quando se recebe uma permissão para uma série de atividades, como dirigir e consumir bebidas alcoólicas.

Maria Lucia afirma que, como o cérebro está em fase de maturação na adolescência, o álcool e as drogas tendem a provocar uma sensação de prazer mais expressiva. Nos casos em que o jovem não tem outras fontes de prazer na vida (como atividades culturais, prática de esportes, convivência saudável com família e amigos) esse efeito é ainda mais determinante para o risco de dependência.

“Nessa fase, o jovem não tem capacidade desenvolvida de avaliação de risco. A parte do controle racional não está plenamente desenvolvida”, esclarece Maria Lucia. A especialista lembra ainda que as estratégias de prevenção devem ser específicas para o jovem. Não adianta, por exemplo, alertá-lo que, se beber em excesso, terá mais risco de desenvolver câncer aos 50 anos.

“Não faz sentido falar de consequências à longo prazo para o jovem. Ele é mais imediatista, está interessado no aqui e agora. É preciso saber o que ele valoriza e o que não valoriza e fazer a prevenção em cima de seus valores”, diz.

Reações Intempestivas

Os riscos relacionados ao álcool nos mais jovens foram apenas um dos elementos avaliados pelos pesquisadores no estudo do The Lancet. Eles também destacam que, antes dos 24 anos, os indivíduos tendem a ter reações mais intempestivas, de modo que “as vitórias e os fracassos afetam a pessoa de maneira mais intensa”.

Os especialistas afirmam que as reações intempestivas nos jovens fazem com que não consigam avaliar as situações “de maneira clara”. Isso ocorre, afirma o artigo, por causa de uma maior atividade na área do cérebro que controla o prazer sentido quando o corpo recebe “recompensas” – entre elas estão a comida, o sexo e inclusive as drogas.

Fonte: Jornal da Tarde – Cebrid.

 

por, LUIZ ANTÔNIO

Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Batimentos cardíacos podem enganar percepções

Pessoas muito sensíveis a seus estados internos, como a consciência da pulsação do próprio sangue, tendem a ser mais propensas a transtornos de ansiedade e pânico

Você sente seu coração batendo? A maior parte das pessoas não consegue, a menos que estejam agitadas ou com medo. Isso ocorre porque, em condições normais, o cérebro disfarça essa percepção para garantir um equilíbrio delicado e necessário: precisamos ser capazes de sentir o músculo cardíaco disparar ocasionalmente para reconhecer o medo ou a excitação. Porém, perceber o ritmo constante na maior parte do tempo nos distrairia demais ou até nos enlouqueceria.

Atualmente, várias pesquisas sugerem, no entanto, que, devido à forma como o cérebro compensa (e disfarça) nossos batimentos, ele poderia estar vulnerável a ilusões sensoriais. Cientistas de uma equipe do Instituto de Tecnologia Federal Suíço, em Lausanne, conduziram uma série de estudos com 143 participantes e constataram que os voluntários levavam mais tempo para identificar um objeto que “aparecia e sumia” quando surgia em sincronia com seus batimentos cardíacos. Utilizando uma ressonância magnética funcional, os especialistas notaram também que a atividade na ínsula, uma área cerebral associada à autopercepção, era suprimida quando as pessoas viam essas imagens sincronizadas.

Os pesquisadores que conduziram o estudo, publicado em maio de 2016 no Journal of Neuroscience, sugerem que o objeto era suprimido pelo cérebro, pois se “misturava” com todas as outras alterações do corpo que ocorrem com cada batimento cardíaco, das quais não nos damos conta: os olhos fazem movimentos minúsculos, a pressão ocular muda ligeiramente, o tórax se expande e se contrai. “O cérebro ‘sabe’ que o batimento é proveniente da própria pessoa, por isso é como se não se incomodasse com as consequências sensoriais desses sinais”, diz Roy Salomon, um dos autores do estudo.

Outra pesquisa já havia mostrado que as pessoas percebem mais prontamente que um órgão ou membro de realidade virtual é realmente o seu próprio quando surge junto a um estímulo que “aparece e some” em sincronia com seus batimentos cardíacos. Na extremidade oposta do espectro estão resultados de estudos que revelam que as sensações cardíacas podem intensificar o processo de identificação de ameaças. Indivíduos detectam com mais facilidade imagens assustadoras que aparecem ao mesmo tempo que os batimentos cardíacos e as consideram mais intensas. Talvez em razão de um batimento cardíaco perceptível estar frequentemente associado ao medo e à ansiedade, o cérebro tende a confundir o estímulo sincronizado, como se estivesse associado à reação de estresse que nos impulsiona a lutar ou fugir.

A descoberta ajuda a explicar por que as pessoas muito sensíveis a seus estados internos, incluindo a consciência de seus batimentos cardíacos, tendem a ser mais propensas a transtornos de ansiedade e pânico. Para a maioria de nós, porém, o coração continua sua labuta sem ser notado – e pode ser que as peculiaridades perceptuais relacionadas também não estejam sendo notadas.

Esta matéria foi publicada originalmente na edição de abril da Mente e Cérebro, disponível na Loja Segmento: http://bit.ly/2okoyWj 

Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Nossos raquíticos cérebros humanos são péssimos em pensar sobre o futuro

Nossos futuros eus são estranhos para nós.

Essa não é nenhuma metáfora poética, mas sim um fato neurológico. Estudos de imagens por ressonância magnética funcional sugerem que quando você imagina a si mesmo no futuro, seu cérebro faz algo esquisito: ele para de agir como se você estivesse pensando em si mesmo. Em vez disso, ele começa a agir como se você estivesse pensando em uma pessoa completamente diferente.

Funciona da seguinte maneira: normalmente, quando você pensa em si mesmo, uma região do cérebro conhecida como o córtex pré-frontal medial (CPMF) “acende”. Quando você pensa em outras pessoas, ele desliga. E se você sentir que não tem nada em comum com as pessoas em quem está pensando? O CPMF se ativa ainda menos.

Mais de 100 estudos de imagens cerebrais relataram esse efeito. (Eis uma meta-análise útil: enquanto alguns estudos de imagens por ressonância magnética funcional foram questionados recentemente por erros estatísticos e falsos positivos, essa descoberta em especial é robusta.) Mas existe uma importante exceção a essa regra: quanto mais tempo você passa tentando imaginar sua própria vida, menos ativação você mostra no CPMF. Em outras palavras, seu cérebro age como se seu futuro eu fosse alguém que você não conhece muito bem, e, sinceramente, alguém com quem você não se importa.

Esse comportamento cerebral defeituoso pode fazer com que fique mais difícil para nós realizarmos ações que beneficiem nossos futuros eus tanto como indivíduos quanto como uma sociedade. Estudos mostram que quanto mais seu cérebro trata seu futuro eu como um estranho, menos autocontrole você exibe hoje, e menor é a probabilidade de você fazer escolhas pró-sociais, escolhas que provavelmente ajudarão o mundo a longo prazo. Você tem menos capacidade de resistir a tentações, procrastina mais, se exercita menos, guarda menos dinheiro para sua aposentadoria, desiste mais rápido diante de uma frustração ou de uma dor temporária, e menor é a probabilidade de você se importar com ou tentar evitar problemas de longo prazo como as mudanças climáticas.

Isso faz sentido. Como um pesquisador da UCLA, Hal Hirschfield colocou: “Por que você guardaria dinheiro para seu futuro eu quando, para seu cérebro, a impressão que se tem é de que você está dando seu dinheiro para um completo estranho?”

Nosso atual clima politico nos Estados Unidos reflete esse mesmo viés cognitivo contra o futuro. Recentemente, o presidente Trump assinou uma ordem executiva que desfaz um amplo leque de regulações pensadas para mitigar mudanças climáticas de longo prazo, favorecendo políticas que oferecem benefícios econômicos de curto prazo. E o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, foi notícia recentemente quando disse publicamente que não estava “nem um pouco preocupado” com a possibilidade de que a automação pudesse eliminar milhões ou até mesmo dezenas de milhões de empregos americanos no futuro.

“Não está nem mesmo entre nossas prioridades”, ele disse, acrescentando que isso não acontecerá em menos de “50 ou 100 anos ou até mais”.

Mas, como Daniel Gross escreveu na “Slate”, ele está errado. Provavelmente não levará cinco décadas até que robôs e a inteligência artificial reduzam de forma significativa o número de empregos disponíveis aos americanos. Uma pesquisa econômica realizada recentemente pelo MIT sugere que 670 mil empregos na indústria já foram perdidos para a automação nos Estados Unidos.

Mas mesmo que levasse 50 anos para esse furacão atingir a força de trabalho, será que estamos realmente confortáveis com nossos líderes empurrando o problema para nossos futuros eus? De acordo com o último censo, quase 180 milhões de americanos vivos hoje devem esperar estar vivos ainda daqui a 50 anos. Não estamos minimamente interessados em pensar em que tipo de mundo estaremos, ou que queremos ajudar a fazer ou evitar, quando chegar essa hora?

Infelizmente, nos Estados Unidos pensar em nosso futuro distante não é um hábito que a maior parte das pessoas adquira ou pratique com muita frequência. Sou diretora de pesquisas no Instituto para o Futuro, uma ONG com sede em Palo Alto, na Califórnia, onde acabamos de completar a primeira grande pesquisa sobre pensamento futuro nos Estados Unidos.

Nela, 2.818 pessoas refletiram sobre com que frequência elas imaginam algo que possa acontecer ou algo que elas possam pessoalmente fazer em diferentes pontos do futuro. (Os respondentes tinham no mínimo 18 anos, há uma margem de erro de 2% para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%)

A pesquisa revelou que 53% dos americanos dizem que eles raramente ou nunca pensam sobre o “futuro distante”, ou algo que possa acontecer daqui a 30 anos. Vinte e um por cento relatam imaginar esse futuro menos de uma vez por ano, ao passo que o maior grupo de respondentes, 32%, dizem que isso nunca passa pela cabeça deles.

Da mesma maneira, 36% dos americanos dizem que eles raramente ou nunca pensam sobre algo que possam estar fazendo daqui a 10 anos. O maior grupo de respondentes, 19%, pensa nesse futuro de 10 anos menos de uma vez por ano, ao passo que outros 17% dizem nunca pensar nisso.

Felizmente, pensar em um futuro de 5 anos é um pouco mais comum do que pensar em um futuro de 10 e 30 anos. Somente 27% dos respondentes raramente ou nunca pensam sobre suas vidas daqui a cinco anos. A resposta mais comum para “Com que frequência você pensa em algo que você possa estar fazendo ou que possa acontecer daqui a cinco anos?” era uma ou duas vezes por mês.

Mas, em comparação com a frequência com que pensamos sobre nossos amigos próximos ou família —uma ocorrência quase diária— nós raramente pensamos em nossos futuros eus.

A pesquisa sugere que, quanto mais velho você fica, menos você pensa no futuro— 75% dos idosos raramente ou nunca pensam 30 anos à frente, ao passo que 51% raramente ou nunca pensam 10 anos à frente. Uma resposta comum, é claro, foi: “Não espero estar vivo até lá, então não penso a respeito”.

Mas pesquisas neurológicas anteriores também mostraram que imaginar o futuro simplesmente se torna mais difícil à medida que envelhecemos. Nós perdemos massa cinzenta e conectividade em regiões associadas ao estímulo mental do futuro.

Os dados mostraram que ter filhos ou netos não aumentava a frequência do pensamento no futuro. Contudo, um acontecimento na vida tinha esse feito: algo que lembrasse a pessoa de sua mortalidade, como um diagnóstico médico de uma doença potencialmente terminal, uma experiência de quase-morte ou algum outro evento traumático. Isso foi associado nos dados da pesquisa a um aumento estatisticamente significativo em pensamentos semanais sobre o futuro para os períodos de 5 e 10 anos (mas não no de 30 anos).

Isso faz sentido. Resvalos com a mortalidade muitas vezes são associados, na literatura da psicologia, a um esforço renovado de se levar uma vida significativa e deixar um legado positivo para trás. Pensar, planejar e contribuir para nossos futuros compartilhados a longo prazo pode ser uma parte essencial para se fundar as bases para ambos.

Mesmo sem um resvalo com a morte, algumas pessoas têm uma mentalidade muito voltada para o futuro. Dezessete por cento dos americanos afirmam pensar sobre o mundo daqui a 30 anos pelo menos uma vez por semana. Quase um terço, ou 29%, pensam sobre o futuro daqui a 10 anos pelo menos uma vez por semana. E uma porcentagem ligeiramente maior (35%) pensa sobre o futuro daqui a 5 anos pelo menos uma vez por semana.

O fato de que algumas pessoas pensam regularmente sobre o futuro se alinha com algo que pesquisadores já haviam descoberto anteriormente: as pessoas têm diferentes limiares para quando elas veem um futuro eu como um estranho. Para algumas pessoas, seus CPMF desligam quando elas pensam sobre um futuro eu daqui a um ano; para outras, a mudança não acontece até que o “futuro você” esteja 5, 10 ou 15 anos adiante. Não está claro, a partir dos dados presentes, se pensar sobre o futuro regularmente pode mudar o comportamento do cérebro ou se as pessoas que possuem um limiar mais alto só gostem naturalmente de pensar mais no futuro, porque elas já se relacionam melhor com seus futuros eus.

De qualquer forma, isso nos deixa com uma espécie de “lacuna do futuro” nos Estados Unidos.

Algumas pessoas se conectam regularmente com seus futuros eus, mas a maioria não. E isso importa, para além das ligações entre o pensamento no futuro e um maior autocontrole e comportamento pró-social. Pensar sobre o futuro em 5, 10 e 30 anos é essencial para ser um cidadão engajado e um solucionador de problemas criativo.

A curiosidade sobre o que pode acontecer no futuro, a habilidade de imaginar como as coisas poderiam ser diferentes e a empatia pelos nossos futuros eus são coisas necessárias se quisermos criar uma mudança em nossas próprias vidas ou para o mundo ao nosso redor.

Se você é alguém que raramente pensa no futuro, esse é um hábito surpreendentemente fácil de se adotar. No curso que leciono no programa de estudos continuados da Universidade de Stanford, “Como Pensar Como um Futurista”, eu digo aos alunos: façam uma lista de coisas nas quais vocês têm interesse, coisas como comida, viagens, carros, a cidade onde vocês moram, sapatos, cachorros, música, imóveis.

Então, pelo menos uma vez por semana, faça uma pesquisa no Google por “o futuro de” uma das coisas em sua lista. Leiam um artigo, ouçam a um podcast, assistam a um vídeo, e tirem algumas ideias específicas sobre como poderá ser o futuro de algo de que você goste.

Ninguém pode prever o futuro, mas há muitas pessoas por aí falando sobre como o futuro poderia ser, com novas tecnologias, novas políticas, novas culturas. E quando você consegue imaginar detalhes concretos de um futuro possível, é mais fácil preencher a lacuna do futuro e se inserir nesse futuro. O seu futuro eu se torna menos estranho, e passa a ser alguém em nome de quem você pode trabalhar ativamente para criar um mundo melhor e uma vida melhor.

*Este artigo é parte do Future Tense, uma colaboração entre a Universidade do Estado do Arizona, o New America e a “Slate”. O Future Tense explora as formas como as tecnologias emergentes afetam a sociedade, as políticas e a cultura

Tradutor: UOL

Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

23 regras simples de etiqueta para você nunca fazer feio à mesa

Algumas regras de etiqueta até podem parecer exageradas, mas devemos admitir que outras são essenciais à mesa.

Afinal, quem não quer estar ao lado de pessoas educadas e de modos agradáveis?

Além disso, eventos formais exigem o máximo de elegância e um pouco de conhecimento para não fazer feio em meio a tantos talheres e taças.

Neste post, porém, iremos focar apenas nas boas maneiras.

Separemos 24 dicas que você deve seguir:

1. Mastigue de boca fechada:

Esta é uma dica que deve ser seguida em todas as situações.

Na verdade, ela nem precisava ser lembrada, mas ainda há quem mastigue de boca aberta e fale enquanto está mastigando.

2. Não coloque os cotovelos sobre a mesa

A maioria das pessoas não se importam mais com essa regra.

No entanto, procure evitar colocar os cotovelos sobre a mesa, para não ocupar o espaço de quem está ao seu lado nem passar uma imagem de desleixo.
3. Coloque o guardanapo de tecido no colo

A primeira coisa a ser feita é desdobrar o guardanapo.

Se ele for muito grande, dobre ao meio.

Se for pequeno, deixe-o todo aberto.

Feito isso, coloque o guardanapo no colo e use, mantendo os lábios secos e limpos.

4. Use adequadamente os talheres

Use o garfo na mão esquerda e a faca na mão direita do início ao fim.

Segure os talheres com os dedos e não com a palma da mão fechada – isso dá a impressão de que você está com medo de que a comida fuja do prato.

Corte o alimento à medida que for comendo e não previamente.

Quando não estiver usando a faca, apoie-a sobre a borda superior do prato, deixando-a levemente inclinada para baixo e a parte do fio/serra dentro do prato.

Não segure o garfo o tempo todo.

Você pode soltar quando for usar o guardanapo ou até quando estiver mastigando.

Se você já começou a comer, não permita que os talheres fiquem sobre a mesa outra vez.

Por fim, quando acabar a refeição, posicione os talheres um ao lado do outro, com o garfo à esquerda e a faca (com a serra voltada para dentro) à direita.
Os cabos dos talheres devem estar voltados para você ou levemente para a direita.

5. Mantenha a postura:

A pessoa quando fica sentada por muito tempo, tende a se cansar e, com isso, acaba curvando o corpo.

Se você perceber isso, endireite-se discretamente.

6. Dê garfadas pequenas:

Não é só questão de beleza, mas é uma regra estratégica.

Se você der pequenas garfadas, poderá engolir o alimento mais rápido e terá tempo para conversar.

É muito feito falar com a boa cheia.

7. Sirva-se aos poucos

Nunca encha o prato de maneira que ele transborde.

Coloque a comida em quantidade modera e, se continuar com fome, repita.

8. Pense nos outros que estão à mesa, antes de se servir

Olhe bem para o que tem na mesa e calcule mentalmente quantas porções é possível servir para cada pessoa.

Se tiver, por exemplo, dez pedaços de carne e oito pessoas para comer, então se sirva apenas com um pedaço.

Faça isso sempre para não errar.

9. Mastigue devagar

Mastigue muitas vezes e sem pressa.

10. Jamais gesticule com os talheres na mão

Se estiver falando, deixe os talheres no prato e não faça movimentos bruscos sobre à mesa.

11. Espere o anfitrião se servir

É muito mais cortês, até porque nunca se sabe se ele deseja fazer algum discurso ou oração antes das pessoas se servirem.

No entanto, se ele pedir para você se sirva primeiro, tenha a honra.

12. Leve o alimento à boca e não o contrário

Há quem incline o corpo todo para alcançar o talher, isso não deve acontecer.

13. Não corte a massa

Se é você quem vai fazer o macarrão, cozinhe-o por inteiro.

E, na hora de comer, jamais corte a massa.

Algumas pessoas colocam uma colher para ajudar a juntar o alimento ao garfo, outras acham deselegante.

Por via das dúvidas, coma apenas com o garfo, enrolando o macarrão.

É bem simples!

14. Dobre a alface e outras folhas

É fácil fazer umas trouxinhas com as folhas e levá-las à boca delicadamente.

15. Não pegue carnes com ossos (costela, frango, cordeiro) com as mãos

Apesar de ser mais prático e saboroso, em público é melhor evitar.

16. Tire o caroço de azeitona da boca discretamente com a ponta do garfo:

Feito isso, leve o caroço para a beira do prato e jamais o coloque sobre a mesa.

Na verdade, nenhum resto de comida deve ficar na mesa.

17. Evite barulho

Algumas pessoas fazem barulho ao tomar sopa, água ou qualquer outro líquido.

Outras, acabam raspando o talher no prato, o que resulta num ruído horrível.

Outros barulhos como assoar o nariz e arrotar também deve ser definitivamente proibidos na mesa.

18. Retire-se da mesa somente depois que todos tiverem concluídos

O que acontece é que tem gente que termina de comer e já quer sair da mesa – isso não é muito educado.

Alguns anfitriões preferem conversar por mais tempo.

19. Ao se levantar, coloque o guardanapo ao lado do prato

Mas não é preciso dobrá-lo.

20. Evite o uso de palitos de dentes

Mas, se for necessário, cubra com uma das mãos.

21. Se tiver pão para acompanhar a sopa, parta-o e coma com a mão

22. Não erga o prato para tomar até a última gota de sopa

Definitivamente isso causa má impressão.

23. Se estiver num restaurante, não grite para chamar o garçom

Procure fazer um contato visual com o garçom e, em seguida, gesticular sem muito alarde.

Se você seguir todas essas dicas, com certeza não terá problema aonde quer que você vá.

Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Diz-me o que lês… dir-te-ei do que sofres

Páginas anti-inflamatórias, parágrafos analgésicos e histórias que são verdadeiras doses de vitaminas. A biblioterapia, dizem, pode curar estados 
de alma através dos benefícios da leitura e não tem contraindicações. Falámos com Ella Berthoud, co-autora de Remédios Literários, para perceber afinal do que trata esta terapia dos tempos da Grécia Antiga

Para Ella Berthoud, a biblioterapia “é a arte de prescrever a ficção para as doenças da vida”. Dito assim pode parecer simples, mas até receitar um livro para tratar um qualquer estado de alma, a biblioterapeuta e pintora inglesa precisa de entrar no nosso cérebro, tal como o leitor faz com o autor e as personagens de um livro. Ella Berthoud precisa saber os hábitos de leitura das pessoas, os amores e desgostos, as mudanças que estão a acontecer na vida, desde bebés a caminho, mudanças de emprego ou de casa, novo relacionamento ou uma crise existencial.

No livro Remédios Literários, escrito a meias, em 2014, com Susan Elderkin, as autoras recomendam livros de A a Z, para problemas desde “abandono” a uma “zanga com o melhor amigo”. São mais de 750 referências para tratar uma série de problemas: ressonar, baixar a tensão arterial, combater pesadelos, superar um divórcio. Em 2016, publicaram The Story Cure, dirigido a pais em apuros, frisando que os bons livros para a infância servem tanto para adultos como para crianças.

Ella e Susan conheceram-se quando ambas eram estudantes de literatura inglesa na Universidade de Cambridge. Sempre que partilhavam um problema, recomendavam livros uma à outra para superar a situação. Para as autoras inglesas que, no ano passado, estiveram em Portugal, no Festival Literário Internacional de Óbidos, onde começaram as leituras massajadas, ler o livro certo no momento certo pode mudar a vida das pessoas.

A biblioterapia afinal é muito antiga, nasceu mesmo no tempo de Platão?

Há evidências de que na Grécia Antiga usavam a biblioterapia como uma forma de lidar com as doenças. Nessa altura, as bibliotecas e os teatros eram construídos perto dos hospitais. Os gregos perceberam a necessidade da catarse como uma forma de purgar fortes emoções que poderiam ser prejudiciais. Se experimentassem emoções fortes ao ver uma peça de teatro ou ao ler um livro, não teriam de passar por elas na vida real, mas seriam curados experimentando-as de forma ficcional.

Existem vários tipos de biblioterapeutas ou apenas um?

Nós [com Susan Elderkin] praticamos uma biblioterapia muito particular, aquela que usa a ficção como cura das doenças da vida. Há alguns biblioterapeutas que usam muito mais obras de não-ficção nas suas prescrições, escolhem livros de auto-ajuda e literatura não-ficcional. Nós somos as únicas biblioterapeutas que, quase em exclusivo, só usamos romances nas nossas curas. Também fizemos o nosso próprio questionário para descobrir o que torna o cliente em determinado tipo de leitor. Temos vindo a aperfeiçoar o questionário durante muitos anos, para obter as perguntas certas. Os clientes gostam, realmente, de preencher o questionário, como um preliminar para a nossa reunião.

Como se distingue a biblioterapia dos livros de auto-ajuda?

Quando conhecemos os clientes, descobrimos muito sobre o tipo de pessoa que são, bem como o tipo de leitor. Percebemos que livros amam e odeiam e se preferem mais literatura baseada em história ou em outra linguagem. Por isso, os livros que recomendamos para ler são uma prescrição à medida da leitura perfeita para cada um deles. Os livros de auto-ajuda são escritos para que todos possam ler o mesmo, e são muito menos subtis do que a ficção. Quando se lê ficção entra-se na cabeça do autor e das personagens e isso transforma o seu mundo interior de uma maneira muito diferente da dos livros de auto-ajuda. Com a auto-ajuda, o autor fala para a mente consciente do leitor; com a ficção, o escritor vai direto para o inconsciente. Isso torna o efeito da biblioterapia muito mais duradouro e profundo.

Há um género literário certo para cada tipo de doença ou estado de alma?

Não é tanto o género certo, mas uma coleção de obras. Por exemplo, para a depressão temos um conjunto de romances que revelam os sentimentos da pessoa deprimida, mostrando-lhes que não estão sozinhos, enquanto outros romances vão ajudar a sentir-se mais positivo. Para o luto, temos romances que levam o leitor pela mão e mostram-lhes como sobreviver a esse momento trágico na sua vida. Para cada problema temos uma obra única, mas isso também depende do leitor e do tipo de livros que gosta ler.

Recomendam os grandes clássicos da literatura mundial?

Preferimos a ficção à não ficção, mas também escolhemos memórias, biografias e poesia. Tendemos a não recomendar demasiados best-sellers globais, por acharmos que os leitores os vão descobrir por si próprios. Estamos aqui para surpreender o leitor com livros com os quais nunca se cruzariam. É por isso que não podemos parar de ler!

O cérebro humano reage de acordo com o que lê? Como é que funciona?

Estudos científicos já demonstraram que o cérebro responde ao que lê disparando as mesmas vias neuronais quer na leitura, quer na própria atividade. Ao ler sobre ir fazer uma corrida de dez quilómetros o seu cérebro cria o mesmo tipo de efeito como se realmente tivesse corrido. Naturalmente, sem trabalhar os músculos.

O processamento da leitura no cérebro é muito complexo, mas assim que uma pessoa aprende a ler, o cérebro transforma as letras em imagens, emoções, cores e sensações com uma agilidade notável. É um processo que pode demorar algum tempo, eventualmente, e o leitor nem se apercebe que a linguagem escrita passa a imagens e sentimentos. Claro, que nem toda a gente lê da mesma forma – alguns leitores são muito mais visuais, outros mais auditivos, e na verdade conseguem ‘ouvir’ as palavras dentro da sua cabeça. Alguns preferem novelas gráficas ou um áudio-livro. A leitura não é de modo algum a mesma para todos.

É verdade que os hospitais, em Londres, já usam esta terapia?

Em Cirurgia Geral, os médicos podem prescrever livros, uma vez que existe uma lista de obras para ‘levantar o ânimo’, em condições específicas e menos graves, como por exemplo, uma depressão leve ou como adjuvante da medicina tradicional. A biblioterapia não é usada em hospitais, exceto como tratamento paliativo. Existe uma organização, chamada The Reader Organisation, que anda pelos hospícios, hospitais e lares de idosos a ler às pessoas. Esta é uma maneira muito prática de praticar biblioterapia.

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