src="https://cdnjs.cloudflare.com/ajax/libs/reading-time/2.0.0/readingTime.min.js

Quando se precisa ir de um canto a outro, ninguém mais hesita: liga o celular, clica o destino e em segundos surge na tela a melhor opção de caminho, com a quilometragem e o tempo gastos no percurso. Tudo o que temos a fazer é seguir as orientações, sem nenhum esforço.

Aplicativos existem com as mais variadas e incríveis funções: identificam e indicam as músicas de que você mais gosta; afinam, com a maior facilidade, os seus instrumentos musicais e vão muito mais longe: são até capazes de encontrar seu par “romântico” para um encontro quando surge na tela a palavra “match”. Grupos de “amigos”  virtuais se comunicam por meio de infinitas mensagens, fotos ou vídeos, gastando um tempo precioso – que muitos afirmam não ter – de pessoas que nem sequer se  conhecem direito e que, por exemplo, jamais sairiam juntas para jantar.

Os eletrônicos e seus fabulosos aplicativos têm como objetivo essencial facilitar nossa vida tornando-a mais ágil, mais dinâmica, mais eficaz e mais produtiva. Estima-se, claro, que tudo isso a torne também mais inteligente e feliz. Mas nem sempre é assim que acontece.

Vale uma reflexão: se, por um lado, a utilização de toda esta tecnologia fascinante e encantadora nos atrai impulsiva e conscientemente, por outro há que se ter em mente que ela também pode nos “emburrecer”. Exatamente assim. A tecnologia veio para ajudar e simplificar. Mas isso também pode significar que esta “facilitação” nos impele  pensar menos. Nossas decisões deixam de ser nossas. Apenas seguimos as orientações da telinha, sem esforço e sem gastar nossas sinapses, conexões neuronais ou neurotransmissores. Importante vigiar-se para que, de soberanos, não passemos à condição de escravos.

150528_internet_600

O cérebro precisa e deve ser exercitado. Sempre e cotidianamente, com as pequenas ou grandes decisões e atitudes do dia a dia. Precisamos pensar. Precisamos lembrar de não esquecer. Para isso, aqui vão algumas dicas que podem parecer óbvias mas que com certeza nos ajudam a agilizar e aprimorar nossa memória e nossa  capacidade de raciocinar.

1. Decore os telefones das pessoas mais próximas de você. Ao invés de clicar o nome, digite os números. E procure decorar também o dos seus amigos nem tão próximos assim. Há 30 anos fazíamos assim. E funcionava muito bem.

2. Imagine e determine o trajeto do carro de um ponto a outro. Elabore mentalmente mais de uma possibilidade de caminho. Exercite seu raciocínio espacial. Depois que você fizer isso, aí tudo certo conferir no aplicativo para definir por onde tem menos trânsito.

3. Tente fazer pequenos e cotidianos cálculos matemáticos de cabeça. Por exemplo, em um restaurante, não use a máquina de calcular para dividir a conta. Faça-a de cabeça.

4. Exercite sua memória: tente lembrar o que você comeu ou vestiu há 7 dias atrás. Faça isso com frequência. Desafie seus amigos a fazê-lo também.

5. Leia. A leitura é uma das formas mais sólidas de exercício mental. Mais eficaz ainda é contar depois para alguém as histórias interessantes lidas e elaboradas.

Os eletrônicos e aplicativos são fantásticos. Use-os, com certeza. Mas não deixe de exercitar seu raciocínio. Use seu cérebro. Quanto mais, melhor fica.

In: Globo.com, por Dra. Ana Escobar

google-site-verification: googlee73cd655be624699.html