Como as pessoas mais inteligentes lidam com as pessoas tóxicas
Porque as pessoas tóxicas estão em todo o lado e têm um impacto negativo em quem as rodeia, um especialista em inteligência emocional partilha 10 dicas para lidar com elas
Num artigo publicado no The Huffington Post, Travis Bradberry, co-autor do livro Inteligência Emocional 2.0 e presidente da TalentSmart, uma empresa que se dedica ao fornecimento de serviços e produtos relacionados com a inteligência emocional, começa esclarecer que “as pessoas tóxicas desafiam a lógica”. Umas nem se apercebem do impacto negativo que têm à sua volta, outras tiram prazer do caos e desconforto que semeiam à sua passagem, mas em qualquer dos casos, a conta é pesada para os que convivem com elas. Travis Bradberry lembra que apenas uns dias de stress são suficientes para “comprometer a eficácia dos neurônios no hipocampo – uma área do cérebro importante, responsável pelo raciocínio e pela memória”.
Um estudo recente, reforça o especialista, demonstra que a exposição a estímulos que provoquem emoções negativas fortes – como lidar com pessoas tóxicas ( e entre as formas de toxicidade, Bradberry destaca a negatividade, a crueldade, a vitimização ou a “simples loucura”) – leva o cérebro a uma resposta de stress massiva.
A TalentSmart fez uma investigação que envolveu mais de um milhão de pessoas e concluiu que 90% das que apresentavam melhor desempenho conseguiam dominar as suas emoções durante momentos de stress e tinham a capacidade de “neutralizar” as pessoas difíceis. Como? É o que se segue:
1 – Estabelecem limites
As pessoas que passam a vida a queixar-se e que são negativas focam-se nos problemas e não nas soluções e querem arrastar os outros para essa sua forma de estar. Os que as rodeiam sentem-se no dever de as ouvir para não parecerem mal educados, mas há uma linha entre o ouvir e o ficar enredado numa espiral emocional negativa. Estabeleça limites e distancie-se quando necessário. E pode sempre perguntar-lhes diretamente o que tencionam fazer para resolver o problema de que tanto se queixam…
2 – Saem do jogo
As pessoas tóxicas fazem as outras sentir que estão a enlouquecer porque o seu comportamento é irracional. O segredo é não se deixar arrastar e entrar na mesma linha. “Não tente vencê-los nos seu próprio jogo”, alerta o especialista.
3 – Têm consciência das suas emoções
Manter uma distância emocional exige ter consciência. Não se consegue impedir alguém de mexer conosco se não nos apercebermos do que está a acontecer.
4 – Não gastam as energias todas de uma vez
As pessoas emocionalmente inteligentes sabem que o dia seguinte é crucial quando se lida com uma pessoa tóxica. Enterrar emoções só vai fazer esgotar todas as energias, daí o ser necessário conhecer e responder às próprias emoções para escolher sensatamente as “batalhas” a travar.
5 – Não se focam nos problemas, mas nas soluções
O foco da atenção determina o estado emocional. Quando alguém se foca nos problemas, prolonga-se o estado emocional negativo e o stress. Quando o foco, por outro lado, é na ação, cria-se uma sensação de “eficácia pessoal” que, por sua vez, leva a emoções positivas. Pensamentos fixos no quão “loucas” ou “difíceis” são as pessoas tóxicas também só lhes dá mais poder e não resolve nada. Foque-se, em vez disso, em como lidar com elas.
6 – Não esquecem
As pessoas emocionalmente inteligentes perdoam rapidamente, mas isso não quer dizer que esqueçam. Perdoar, sublinha Travis Bradberry, implica seguir em frente, mas de forma a não repetir a mesma experiência.
7 – Não absorvem a negatividade
É natural alguém sentir-se mal com a forma como os outros o tratam, mas cabe ao próprio intensificar essa negatividade ou seguir em frente.
8 – Dormem
Quando dormimos, o cérebro recarrega as energias. Quando não dormimos o suficiente, o autocontrolo, a atenção e a memória diminuem, enquanto aumentam os níveis hormonais ligados ao stress. Uma boa noite de sono torna-nos mais positivos, criativos e proativos na aproximação às pessoas tóxicas.
9 – Procuram ajuda
Falar com alguém ajuda a pôr as coisas em perspectiva e, muitas vezes, do diálogo surge uma solução que não se conseguia ver devido ao envolvimento emocional.
10 – Juntar todos os pontos anteriores
Antes de conseguir ter este sistema a funcionar a 100%, vai ter de passar alguns testes. “Felizmente, a plasticidade do cérebro permite-lhe moldar-se e mudar à medida que adota novos comportamentos, mesmo quando você falha”, conclui o artigo.
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