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A neurociência tem muito a pensar sobre o papel da educação, incluindo os seus impactos da educação no cérebro

Descubra como a educação pode ser uma forma de proteger o cérebro | Fonte: Shutterstock

A neurociência fornece dados concretos para defender que a inteligência e as habilidades de alguém não são uma característica fixa e inalterável. Quando se diz que alguém “é muito inteligente, que é bom em matemática e com novas línguas”, a ideia passada é que sempre foi assim. Mas não é dessa forma que o cérebro funciona: temos que pensar na educação como um desenvolvimento constante do cérebro.

Facundo Manes falou sobre o assunto no Observatorio Iberoamericano de Neurociencias y Educación (OINE), na sua palestra de nome “Educar com o Cérebro em Mente”. Para ele, a educação é uma parte essencial de um cérebro bem desenvolvido, e o primeiro passo para uma educação melhor é perceber que se trata de um desenvolvimento (e agir como tal).

Ao elogiar uma criança pela sua inteligência como se fosse algo nato, e não pelo seu esforço, o educador acaba acidentalmente desencorajando o estudante de aprender mais. Afinal, ele já é inteligente. E o pior: se ele falhar, não verá isso como uma oportunidade de se esforçar mais, mas como um sinal de que o seu título de “inteligente” foi tirado.

Esse é apenas um dos mitos sobre o cérebro que devem ser erradicados dentro do mundo da educação, de acordo com Manes. Outro deles é o de que o ser humano só usa 10% do seu cérebro, e ainda que fazer várias coisas ao mesmo tempo é bom para o cérebro.

Manes cita a crença de que jovens não se cansam porque estão constantemente interagindo com várias mídias ao mesmo tempo, sempre conectados. Para ele, isso não é algo positivo. O cansaço é bom para o cérebro, e cansar a mente é algo que a educação faz muito bem.

Isso é devido ao fato de que nossos recursos cognitivos serem limitados e que precisam ser exercitados. A falta de cansaço significa que o cérebro não está sendo levado aos limites, mas apenas trabalhando em níveis baixos, como em ações que não exigem muito pensamento, que são feitas no “piloto automático”.

O papel da educação nesse cenário é imenso. A ligação permanente provoca estresse na pessoa. Nosso cérebro é o produto de uma evolução de milhares de anos, a alfabetização foi criada há mais de 7 mil anos atrás, mas mesmo que a tecnologia seja fantástica, ela tem um custo de produção na nossa mente. Por isso é preciso ter cuidado e saber educar numa sociedade digital.

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