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2017 marcará o início da era dos robôs?

2017 marcará o início da era dos robôs?

Novo ano pode registrar por um aumento significativo do trabalho automatizado em um mundo assolado pelo desemprego; quais são as consequências?

 Tecnologia está cada vez mais integrada aos ambientes de trabalho. (Foto: Reprodução/BBC)

Tecnologia está cada vez mais integrada aos ambientes de trabalho. (Foto: Reprodução/BBC)

Seus ossos vão virar areia e, sobre essa areia, um novo deus andará.” A frase é da robô Dolores, personagem da série de ficção científica Westworld.

A realidade pode não ser tão ruim assim – mas certamente um muro, uma fronteira ou um novo esquema de permissão de trabalho não serão capazes de detê-los: a ascensão dos robôs pode ser o grande acontecimento de 2017.

É bem verdade que desde a quebra do primeiro tear pelos ludistas, no auge da Revolução Industrial, em protesto contra a industrialização e as novas tecnologias, a mecanização vem tirando o trabalho das pessoas.

Mas o processo está caminhando cada vez mais rápido, acelerando o tempo todo. E a próxima onda pode arrebentar logo – e perto de você.

Temos hoje uma grande diversidade de novas tecnologias aplicadas à robótica avançada e à criação de computadores mais rápidos, melhores e mais brilhantes.

Ainda não se trata da chamada “inteligência geral”, que vai conseguir atingir objetivos complexos em ambientes tão complexos quanto com poucos recursos computacionais e que pode levar ao enigma ético (e até agora fictício) sobre a consciência das máquinas.

Mas equipamentos cada vez mais elaboradas estão realizando mais e mais trabalhos que antes exigiam o cérebro humano e substituindo também a força física.

Impressoras 3D eliminaram vagas de emprego na manufatura. Carros sem motoristas estão bem próximos de virar realidade, assim como os caminhões que não exigirão ninguém atrás do volante – o que não deixa de ser um pouco assustador se pensarmos que o motorista de caminhão é um dos trabalhos mais comuns em muitas partes do mundo, por exemplo.

Uma pesquisa recente da Universidade de Oxford, no Reino Unido, sugere que cerca de metade dos postos de trabalho existentes hoje nos EUA serão automatizados até 2033.

Datilógrafos e escriturários já foram extintos há algum tempo. Os próximos podem ser pessoas com boa formação que trabalham em Marketing, Medicina, Direito e, sim, até no Jornalismo.

E lembrem-se dos bancários. Em um artigo recente publicado pela agência Bloomberg, o presidente do banco State Street, de Boston, Michael Rogers, afirmou que atualmente emprega cerca de 30 mil pessoas, mas acredita que até 2020 uma em cada cinco delas será substituída por um algoritmo.

O escolhido de Donald Trump para assumir o Ministério do Trabalho, Andrew Puzder, presidente de uma empresa que controla redes de lanchonetes nos EUA, está feliz em ter menos funcionários e é adepto dos serviços automatizados de atendimento ao consumidor.

“Eles são educados, sempre fazem vendas melhores, nunca tiram férias, chegam atrasados ou ficam doentes e nunca cometem discriminação por idade, sexo ou raça.”

Se você acha que já leu essas previsões todas antes, está certo. Especialistas vêm falando há alguns anos sobre a quarta ou quinta revolução industrial, a terceira onda da globalização e a tecnologia disruptiva. Mas então por que desta vez é diferente? Por conta do contexto político – a questão é essa.

A política

O que deve significar esse novo impulso econômico, chegando aos bastidores da revolta do Cinturão da Ferrugem, região industrial americana que impulsionou a vitória de Trump e um polo dos esquecidos?

Você deve ter percebido que 2016 foi um ano e tanto nos Estados Unidos. E tudo leva a crer que o clima deve continuar intenso em 2017 na Europa, com as eleições na Alemanha, França, Holanda e, provavelmente, Itália. Joe Biden diz que a classe política não tem respostas para a automatização do trabalho

Muitos veem isso como nada menos que um aumento dos desprivilegiados. Se há temas recorrentes, alguns deles são sobre nacionalismo e identidade. Mas também os deslocamentos econômicos e o crescente sentimento de desigualdade.

O professor Richard Baldwin, economista do renomado Instituto Graduate, de Genebra, afirma que isso deve piorar.

Segundo as previsões dele, “alguns quartos de hotéis em Londres poderão ser limpos por pessoas conduzindo robôs diretamente do Quênia ou de Buenos Aires e de outros lugares por menos de um décimo do preço praticado na Europa”.

E ele tem uma visão simples sobre a reação política das pessoas a este cenário: “Elas vão ficar com raiva”.

Alguns políticos reconheceram que 2016 marcou o início dessa raiva. O problema é que, entre paredes e barreiras comerciais, eles têm poucas opções para lidar com o aumento da desigualdade. E o mesmo acontece entre pensadores e legisladores.

O ex-consultor de economia do vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden escreveu recentemente: “Para sermos honestos, precisamos admitir que nenhum dos lados – democratas ou republicanos – tem um plano robusto e convincente para recuperar os postos de trabalho em comunidades que perderam muito da base manufatureira”.

E admite: “Eu mesmo estudei esse problema durante vários anos e não cheguei nem perto de uma resposta”.

A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defende o uso de políticas para impulsionar as pessoas a novas vagas de emprego. Mas, para isso, as vagas precisam existir. E nada garante que elas existirão.

Soluções exóticas

Há décadas se fala sobre a importância das habilidades e da formação – e não parece que a indústria britânica seja tão bem sucedida ou dinâmica nesses quesitos. Ao contrário: está aquém das mais básicas e óbvias habilidades, dos pedreiros à tecnologia da informação.

Vamos considerar um cenário: o Reino Unido está com déficit de clínicos gerais, e muitos médicos em hospitais são estrangeiros. Apesar disso, há uma grande competição para se tornar médico – somente os alunos mais brilhantes e aplicados, com as melhores notas, têm alguma chance. A conta não fecha.

Mas talvez seja hora de ser otimista. Algumas soluções são bastante exóticas: uma das que mais me chamou atenção é o movimento conhecido como FALC (Fully Automated Luxury or Leisure Communism ou “comunismo de luxo e lazer totalmente automatizado”).

O argumento básico dos apoiadores desse movimento é que tudo o que precisamos logo vai ser tão barato que nós poderemos ter muito – isso, claro, se os atuais proprietários não ficarem com o lucro só para eles.

Alguns pensadores da esquerda são muito mais pessimistas e alertam que essas tendências podem terminar com uma guerra entre os pobres – o extermínio dos trabalhadores, literalmente.

“Robô” – termo usado pela primeira vez por um autor de ficção científica – é apenas a palavra tcheca para “servo”. Com a lógica do FALC, todos nós seríamos donos do fruto do trabalho dos robôs, como proprietários de escravos sem culpa. Algo como “o dinheiro é pobreza”. As sociedades pós-escassez não precisam disso.

Mas tudo isso depende de quem serão os proprietários dos robôs. Isso também poderia significar uma revolução na forma como nós encaramos o trabalho.

Uma versão menos radical de tudo isso poderia ser o salário dos cidadãos, uma renda básica universal. Isso significa que todos receberiam essa quantia mínima, estejam trabalhando ou não.

Em uma entrevista recente à revista “Wired”, o presidente Barack Obama já disse que a discussão sobre a renda universal básica é inevitável nos próximos anos.

Mas isso vai na contramão do espírito da época. A raiva dos eleitores com as circunstâncias econômicas está frequentemente atrelada com a reclamação de que a elite está paparicando aqueles que não fazem por merecer, sejam os beneficiários domésticos ou os trabalhadores imigrantes.

Claramente um projeto para aumentar drasticamente os benefícios sociais a todos e sem distinção – dos bilionários fúteis aos trabalhadores da base da pirâmide – pode não conquistar tanto apelo político da população.

E também não há nenhuma certeza de que uma vida mais “básica” seria mais satisfatória, enobrecedora ou menos dividida e desigual que a vida com benefícios do governo como o seguro-desemprego. Parece que não há soluções fáceis ou óbvias nem para a revolta do Cinturão de Ferrugem nem para a ascensão dos robôs.

Mas uma boa resolução de Ano Novo pode ser uma promessa de procurar por soluções, sejam elas cinzentas, otimistas, pessimistas, estranhas, manjadas ou otimistas.

Demorou tempo demais para que os políticos acordassem para o fato de que o fim da velha era industrial teria consequências graves para todos. Melhor que não leve o mesmo tempo para pensar em um futuro que está ali, dobrando a esquina.

2017 marcará o início da era dos robôs?

Artigo da ‘Science’ analisa as causas e formas da mentira

A revista Science publicou nesta quarta-feira (4) um estudo sobre a mentira, no qual aborda seus propósitos, técnicas, meios e consequências. O objetivo é explorar as muitas dimensões da mentira e por que as pessoas mentem, assim como entender se a tecnologia mudou nossas idéias ou opiniões sobre mentir. Esta lição faz parte de um grupo de lições que se concentram nas ciências sociais, comportamentais e econômicas, desenvolvidas pela Associação Americana para o Avanço da Ciência, e são financiadas pela National Science Foundation. Nesta lição, os alunos aprendem sobre os diferentes aspectos da mentira – o que é, por que o fazemos e como o fazemos. Eles também exploram se o advento da tecnologia mudou nossas idéias ou opiniões sobre mentir.

É importante considerar fatores ambientais e de desenvolvimento ao estudar a mentira. As crianças nascem em um ambiente social e cultural que afeta como aprendem a pensar e a se comportar, por meio da instrução, do exemplo, das recompensas e do castigo. Eles também são influenciados por amigos, pessoas próximas, parentes e pelos meios de comunicação. Como os indivíduos vão responder a todas essas influências tende a ser imprevisível. Há, no entanto, alguma semelhança substancial na forma como os indivíduos respondem ao mesmo padrão de influências – isto é, de serem criados na mesma cultura. Além disso, os padrões de comportamento induzidos culturalmente, como os padrões de fala, a linguagem corporal e até mesmo a mentira, ficam tão profundamente inseridos na mente humana que operam com frequência sem que os próprios indivíduos sejam plenamente conscientes deles. Pode se dizer que a mentira é um subproduto natural dessas influências.

Cada cultura inclui uma teia um pouco diferente de padrões e expectativas de comportamentos que são aceitáveis ou não. Comportamentos incomuns podem ser considerados meramente divertidos, desagradáveis ou punitivamente criminosos. As consequências sociais consideradas apropriadas para comportamentos inaceitáveis também variam amplamente entre si e de acordo com diferentes sociedades. Na área da mentira, os estudos giram em torno da compreensão de como as conseqüências sociais afetam a probabilidade e a natureza de mentir. O estudo científico da mentira é bastante complexo e difícil de se estudar.

Os alunos descobrem nesta lição que a tecnologia há muito tempo desempenha um papel no comportamento humano, mesmo na área da mentira. Na verdade, o crescimento tecnológico continua a influenciar e perpetuar o tipo, grau e frequência com que contamos mentiras. O advento dos telefones celulares e da Internet deu às pessoas mais meios e oportunidades através das quais podem contar mentiras, muitas vezes com mais segurança do que se estivessem mentindo pessoalmente. Por outro lado, observamos que os esforços da aplicação da lei ao longo dos anos para encontrar melhores meios tecnológicos para detectar a verdade da mentira. Tal como acontece com os seres humanos, estes esforços até agora têm sido pouco expressivos.

Os estudos sobre a mentira consideram as consequências pessoais e sociais de escolhas individuais em muitas áreas da vida. Eles precisam avaliar também acontecimentos que ocorrem na vida de seus amigos (ou seus próprios) e oferecem apenas escolhas indesejadas. Desta forma começamos a estudar os custos sociais da mentira e os benefícios de ser verdadeiro, que a maioria das pessoas aprende à medida que envelhece.

Existem muitos fatores sobre a mentira que não podem ser unicamente examinados de forma científica. Da mesma forma, existem crenças que – por sua própria natureza – não podem ser provadas ou refutadas. O esforço científico nessas áreas pode, no entanto, contribuir para a discussão de questões como a mentira, identificando as prováveis consequências de ações particulares, o que pode ser útil para avaliar alternativas.

Um equívoco para se manter em mente durante o estudo sobre a mentira é o de não perceber que  valores, crenças e atitudes podem diferir de cultura para cultura ou que as pessoas de outras culturas têm idéias diferentes porque suas situações são diferentes.

A ciência da mentira é um aspecto muito complexo, embora comum da vida. Devemos considerar as seguintes questões:

1. Que tipos de pessoas mentem?

2. Que habilidade única da comunicação humana torna a mentira possível?

3. Qual é a diferença entre mentir e se enganar, como forma de se defender?

4. Quais são alguns efeitos negativos da mentira na sociedade?

5. Por que é difícil para as pessoas reconhecer um mentirosos?

6. O que acontece às pessoas fisicamente quando mentem?

7. Por que os resultados de um teste de polígrafo não podem ser precisos?

8. Que outros métodos são usados para detectar a mentira?

9. Em que áreas você deve se concentrar na tentativa de detectar um mentiroso?

10. Quais são alguns sinais da mentira?

11. O que são “verdadeiras mentiras” e por que fazem a compreensão e a detecção de mentir tão difíceis?

Questões básicas da mentira verdadeira

Como é a sensação de mentir? E de falar a verdade?

Que tipo de preço os mentirosos pagam nessas situações?

Esta atividade fez de você um melhor detector de mentiras?

E se essa pessoa lhe dissesse a mesma história por e-mail? Você seria capaz de detectar se ele ou ela estava mentindo?

(Aceite todas as respostas razoáveis. Incentive os alunos a elaborarem suas respostas.)

Você também pode querer apontar as diferenças culturais na aceitabilidade de mentir. Em vendas, por exemplo, o exagero de reivindicações de produtos é bem conhecido, levando ao aviso, “Deixe o comprador tomar cuidado.” Além disso, em nossa cultura, é geralmente mais aceitável para as pessoas no poder, como os políticos, mentir para o Público, para os homens a mentir para as mulheres, e para os pais a mentir para as crianças.

Ao longo das últimas décadas, a mentira se manteve no mesmo ritmo que o avanço da tecnologia. Conclui-se que as pessoas não se limitam a mentir pessoalmente, mas utilizam o telefone, por fala ou através de mensagens de texto, por e-mail, posts, blogs, sites e salas de bate-papo pela Internet.

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Você é o que você come: a dieta pode afetar a mente humana

“Você é o que come” é uma frase-mantra da nutrição que encerra verdades científicas e é instigante para quem entende a alimentação como uma questão cultural, incluindo tabus alimentares e interdições religiosas temporárias e perenes. Há comidas sagradas, profanas e de preceito!”

Se “você é o que você come”, como dizem nutricionistas e muitas pesquisas da área, a dieta pode afetar a mente humana também! Vide gerações perdidas de crianças, no mundo, pela desnutrição!
Sabe-se que “uma dieta rica em azeite de oliva aumenta a quantidade disponível de serotonina”. “A maioria dos antidepressivos age para manter mais serotonina no cérebro”. Quando o nível de serotonina aumenta, a dopamina diminui, e vice-versa. Suplementos nutritivos podem ter efeito positivo nos níveis de dopamina do cérebro, melhorando o foco, resultando em melhora da concentração e do controle de impulso…

Pesquisas demonstraram: a depressão é ligada ao baixo consumo de peixe – rico em ômega 3, essencial para o bom funcionamento do cérebro; há evidências epidemiológicas de que esquizofrênicos apresentam baixos níveis de ácidos poli-insaturados, mas não sabemos ainda que mudanças na dieta seriam necessárias; alguns estudos sugerem que a doença de Alzheimer pode melhorar com grande consumo de legumes e verduras, que protegem contra enfermidades cerebrais; e sobre a Síndrome do Déficit de Atenção (SDA) há dados que mostram que crianças portadoras apresentam baixos níveis de ferro e de ácidos graxos.

Na Grã-Bretanha, a Sustain e a Fundação de Saúde Mental estudam os efeitos das mudanças na alimentação sobre o cérebro e o comportamento humano. Conforme o Relatório Sustain (“Mudança de Dieta, Mudança nas Mentes”, 2006): “A comida pode ter um efeito imediato e duradouro na saúde mental e no comportamento pela maneira como afeta a estrutura e a função do cérebro”.

Sabe-se que as gorduras saturadas, cujo consumo vem sendo ampliado pela ingestão de comida pronta congelada, deixam os processos cerebrais mais lentos. E Andrew McCulloch, diretor executivo da Fundação de Saúde Mental, informa que “as pessoas estão conscientes dos efeitos da dieta na nossa saúde, mas mal começaram a entender como o cérebro é influenciado pelos nutrientes (…); o tratamento de doenças mentais a partir de mudanças na alimentação está mostrando melhores resultados em alguns casos do que drogas ou terapia”.

Uma pesquisa realizada por cientistas espanhóis, das universidades de Las Palmas e Navarra, constatou que pessoas que seguem a dieta mediterrânea têm 30% menos chances de desenvolver depressão. Eles pesquisaram 10.094 adultos saudáveis durante quatro anos.

A dieta mediterrânea consiste de alimentos tradicionalmente consumidos na região do mar Mediterrâneo: grãos integrais, hortaliças, oleaginosas, azeitonas, azeite de oliva extravirgem e menos carnes vermelhas e um consumo maior de peixe. É uma dieta rica em ácidos graxos monossaturados, como o azeite de oliva; consumo moderado de álcool e laticínios; e alto consumo de legumes, verduras, frutas, castanhas, cereais e peixe. Estudos informam que essa dieta “protege contra doenças cardíacas e o câncer e pode ajudar a prevenir a depressão”.

Sou de uma família que preserva a gastronomia religiosa, as ditas “comidas de preceito”, na Semana Santa, no São João e no Natal. Defendo a filosofia “slow food”. Comer bem é um direito humano fundamental, da qual decorre a ecogastronomia – “a responsabilidade de defender a herança culinária, as tradições culturais que tornam possível esse prazer”.

por, Fatima Oliveira é médica e escritora. É do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução e do Conselho da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. Indicada ao Prêmio Nobel da paz 2005.

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De 7 Em 7 Anos a sua vida muda completamente: Você precisa conhecer essa teoria

A teoria dos setênios é um dos pilares da antroposofia, linha de pensamento criada pelo filósofo Rudolf Steiner que estabelece uma espécie de “pedagogia do viver” do ser humano, interagindo com todo o universo.

Dentro desse pensamento filosófico há a ideia de ver a vida de forma cíclica, a partir da observação dos ritmos da natureza, divididos em fases de sete anos.

O que são os setênios

O número 7 é, por natureza, um número místico dotado de muito poder em quase todas as culturas conhecidas. Dessa forma, os ciclos da natureza também respeitam uma subdivisão possível de múltiplos de 7.

Nos três primeiros ciclos, que compreendem dos 0 a 21 anos, chamados “setênios do corpo”, é quando se amadurece o corpo físico e também acontece a formação da personalidade.

Os três ciclos seguintes, dos 21 aos 42 anos, são conhecidos como “setênios da alma”. É a fase em que, superadas as experiências básicas da vida, a pessoa se insere na sociedade e faz as escolhas.

Só a partir dos 42 anos, nos últimos setênios, há usufruto da vida com maturidade, profundidade e espiritualidade.

No caso das mulheres, a divisão por setênios ajuda a entender os processos do feminino, que vão do amadurecimento à capacidade reprodutiva até a menopausa, quando as forças da reprodução se transformam em força do pensar mais ligadas à introspecção, possibilitando uma ampla visão de vida.

A seguir, conheça um pouco das características de cada setênio.

Dos 0 as 7 anos de idade: ninho

Interação entre o individual (adormecido) e o hereditário. Há ainda o encontro entre a parte espiritual da individualidade e a parte biológica, preparada após a fecundação no ventre materno.

A hereditariedade está bem marcada nas células do corpo no 1º setenio, pela ação das forças herdadas, e são armazenadas nos rins para a vida inteira. Nessa idade, porém, a presença da mãe é fundamental, até que aos sete anos a criança se torne autônoma

Dos 7 aos 14 anos: troca

Começam a surgir os dentes permanentes e os órgãos do sistema rítmico, aqueles contidos na caixa torácica (coração e pulmão), amadurecem.

É nesta fase que o mundo externo aparece e, se descobre como se manifestar nesse mundo. Esquematizando de forma gráfica este movimento, há forças entrando e forças saindo. A característica desse setênio é a troca.

Dos 14 aos 21 anos: puberdade/adolescência e crise de identidade

A mulher começa a menstruar e o homem se torna fértil.

Essa é a fase onde o ser humano sai do mundo mais paradisíaco e cósmico da infância e entra no mundo terreno. Ele se torna cidadão terrestre, coparticipante da cidadania, de seu lugar, sociedade, e do mundo.

Dos 21 aos 28 anos: limites

Músculos e ossos estão fortes e homem e mulher atingem o ápice da fertilidade.

Como se inicia a fase da alma, surge a emoção e dúvidas como: “Escolhi a profissão certa? Quais talentos e aptidões eu deixei para trás? Consegui uma boa relação com o mundo, com o trabalho, com a família e comigo mesma?”

Dos 28 aos 35 anos: fase organizacional

O baço-pâncreas não sustenta mais a carne e o rosto começa a enrugar.

Nesta fase vem a crise do talento: “Será que estou no caminho? Qual o caminho a seguir?” Também há questões sobre intelecto e índole próprios: “Ocorreu alguma mudança importante na minha vida nos últimos tempos?”

Dos 35 aos 42 anos: crise de autenticidade

O fígado perde metade de suas funções e o cabelo começa a cair e esbranquecer.

É a fase da alma e da consciência. As perguntas são: “O que farei daqui pra frente, agora que já passou metade da vida? Acrescentei novos valores à minha vida? Encontrei minha missão?”

Dos 42 aos 49 anos: altruísmo x manter a fase expansiva

Os pulmões perdem mais capacidade de oxigenar o sangue, o rosto se torna descolado, a andropausa e a menopausa chegam nesse setênio.

“Estou desenvolvendo alguma criatividade nova? Como está meu casamento? E meus relacionamentos, a relação com meus filhos? Estou procurando ou já encontrei um novo lazer para esta fase?”

Dos 49 aos 56 anos: ouvir o mundo

A vitalidade declina, a energia dos rins e do fígado está mais fraca e surge a incapacidade de eliminar mais toxinas.

Vem a fase inspirativa ou moral, e com isso, as perguntas: “Consegui encontrar um novo ritmo de vida? Como está meu ritmo anual, mensal, semanal e diário?”

Dos 56 aos 63 anos: abnegação

Os dentes começam a cair, a visão e a audição se tornam mais fracos, os reflexos e a mobilidade passam a sofrer alterações em razão do declínio energético dos órgãos sólidos (coração, baço-pâncreas, fígado e rins).

É a etapa mística ou intuitiva: “O que eu consegui realizar? Como estou cuidando do corpo, da memória, dos órgãos dos sentidos? Como estão meus bens e aposentadoria?”

Dos 63 aos 70 anos: sabedoria

É a ‘fase do mestre’.

A criança tem em volta de si uma aura e luz, pois ainda não está totalmente encarnada.

Nessa fase no 10º setênio, essa aura está interiorizada e luminosa por dentro, desde que a pessoa não esteja doente.

Se tiver respeitado o ritmo de cada fase, sua luz interior também brilhará.

(Autora: Camila Silva )
(Fonte: vix.com )

2017 marcará o início da era dos robôs?

Ano novo, conhecimento novo

A investigação científica e tecnológica produz conhecimento novo todos os anos. Todas as áreas do conhecimento científico avançam, umas mais, outras menos, mas todas progridem no sentido de nos apresentarem uma melhor compreensão do Universo. Alguns avanços são, contudo, mais mediáticos, pois colocam em causa, ou melhoram, as teorias até aí estabelecidas e aceites pela comunidade científica internacional.

Neste contexto, no novo ano de 2017 poderemos testemunhar algumas descobertas científicas que serão notícia nos órgãos de comunicação social. E quais serão elas? As revistas Science e Nature todos os anos exercitam previsões de quais serão. Apresento de seguida algumas delas.

Muito da evolução científica das últimas décadas deve-se ao papel desempenhado pelo uso de computadores cada vez mais potentes, que permitem cálculos e tratamentos de dados colossais antes impossíveis.

Assim, as investigações sobre o desenvolvimento de computadores quânticos, em que os chips são “substituídos” por átomos, aumentando consideravelmente a capacidade de cálculo, continuarão a ser notícia durante este ano que agora começa.

Em Abril próximo, astrônomos usarão nove telescópios localizados em vários locais do globo terrestre para formar um grande observatório planetário. Um dos objetivos será o de tentar conseguir obter a primeira “fotografia” da região que limita exteriormente um buraco negro. O escolhido é um buraco negro super massivo situado no centro da Via Láctea.

A teoria da relatividade de Einstein continuará a ser testada e confrontada com novos dados experimentais, aliás como todas as teorias o são, eventualmente provenientes dos observatórios LIGO e VIGO, situados respectivamente nos Estados Unidos e em Itália, centrados na detecção de novas ondas gravitacionais.

A imunooncologia, uma nova estratégia na luta contra o cancro, que tem vindo a ser desenvolvida nos últimos três anos, na qual as células do nosso sistema imunitário são “instruídas” para detetar e destruir as células cancerosas, é uma área da biomedicina que estará na mira do nosso maior interesse.

O avanço nas técnicas de sequenciação de genomas, que as torna cada vez mais rápidas e baratas, permitirá que, em 2017, se publiquem muitos estudos sobre os genomas de seres vivos ainda não sequenciados.

Com particular destaque estará a compreensão que daí advirá para a interação entre os microrganismos que vivem no nosso corpo (o nosso microbioma) e a sua influência sobre o nosso estado de saúde. Entre outros, o Projeto do Microbioma Humano, a decorrer nos Estados Unidos, trará muitas novidades nos próximos meses.

Termino esta breve e obviamente incompleta lista (imposta pela limitação de espaço para esta cronica) sublinhando as grandes expectativas que existem com o desenvolvimento e aplicação de técnicas de edição do genoma, principalmente com a designada genericamente por CRISPR. A possibilidade de corrigir “letra a letra” genes que possam estar envolvidos em doenças, para além de levantar várias questões éticas, potencia uma nova revolução na investigação biomédica e tratamento de doenças.

Que 2017 nos traga o melhor da Humanidade!

Autor: Antonio Piedade é Bioquímico e Comunicador de Ciência. Publicou mais 500 artigos e crónicas de divulgação científica na imprensa portuguesa e 20 artigos em revistas científicas internacionais. É autor de seis livros de divulgação de ciência: “Íris Científica” (Mar da Palavra, 2005 – Plano Nacional de Leitura),”Caminhos de Ciência” (Imprensa Universidade de Coimbra, 2011), “Silêncio Prodigioso” (Ed. autor, 2012), “Íris Científica 2” (Ed. autor, 2014), “Diálogos com Ciência” (Ed. autor, 2015) prefaciado por Carlos Fiolhais, “Íris Cientìifca 3” (Ed. autor, 2016).

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