Olhar para o futuro próximo, é olhar para a Inteligência Artificial
Inteligência Artificial será tão importante para a sociedade do século 21 quanto o microprocessador o foi para o século 20. Aqui no Brasil, no entanto, inserir a tecnologia produtos e serviços ainda parece ser um sonho distante para os executivos
por Cezar Taurion *
As inovações tecnológicas disruptivas podem provocar grandes impactos na maneira como os negócios operam. Se as empresas existentes ignoram ou demoram a adotar essas inovações, os novos entrantes passam a ter uma imensa vantagem competitiva e tendem a tornar irrelevantes e até mesmo tirar do mercado as “incumbents”.
No cenário atual, onde o novo normal é a volatilidade, incerteza, ambiguidade e complexidade, as organizações precisam ter a inovação em seu DNA, ou seja, torná-la uma atividade recorrente. Já em 2003,Gary Hammel em seu artigo “The Quest for Resilience” apontava: “In the past, executives had the luxury of assuming that business models were more or less immortal. Companies always had to work to get better, of course, but they seldom had to get different—not at their core, not in their essence. Today, getting different is the imperative”. A única chance de sobrevivência é, segundo ele, “for all these companies, and for yours, continued success no longer hinges on momentum. Rather, it rides on resilience—on the ability to dynamically reinvent business models and strategies as circumstances change”. E arremata “The goal is an organization that is constantly making its future rather than defending its past”. Inovar, portanto, não é uma questão só de conquistar vantagem competitiva, mas de sobrevivência empresarial!
A revolução tecnológica é real, convivemos com ela. Em 30 anos passamos a ter no bolso um computador (smartphone) com mais capacidade computacional do que os mainframes dos anos 80. Um gigabyte custava pelo menos US$ 100.00,00 e precisava de um gabinete do tamanho de uma geladeira. Hoje custa zero para usuários de serviços como Google Drive, DropBox e outros. Essa evolução é exponencial. Em poucos anos, praticamente todas as pessoas e as coisas do planeta estarão conectadas.
Na década passada, a disseminação da Internet e explosão da mobilidade com o icônico iPhone levou a criação de novos negócios como Uber, Airbnb, Facebook e YouTube. Hoje, precisamos olhar com atenção uma nova disrupção, similar ao potencial impacto do deslocamento de massas tectônicas no planeta: a Inteligência Artificial (IA). Seu deslocamento da pesquisa para o mundo real acontece pela convergência de fatores como aumento exponencial da capacidade computacional, Big Data, evolução dos algoritmos e Machine Learning. Me atrevo a afirmar que a IA será tão importante para a sociedade do século 21 quanto o microprocessador o foi para o século 20.
Já usamos pitadas de IA em nosso dia a dia. Algoritmos nos ajudam com recomendações na Amazon e Netflix. Facebook reconhece nossos amigos nas fotos que compartilhamos. Google acelera a velocidade da pesquisa usando algoritmos que preveem o que você está buscando, ajudando a completar o texto do termo a ser pesquisado. O Waze nos ajuda a escolher os caminhos com menos trânsito. Os veículos parcialmente autônomos já são realidade e os verdadeiramente autônomos estarão aí em breve. Um exemplo são os primeiros táxis sem motorista rodando (experimentalmente) em Singapura, como podem ler em “World’s First Self-Driving Taxis Debut in Singapore”.
O que isso significa? Que as empresas que querem se manter competitivas no século 21 não podem ignorar o tsunami da IA que já está chegando. Aqui no Brasil, ainda mal começamos a usar Big Data (ainda está nos planos futuros da imensa maioria das empresas), e imaginar colocar algoritmos e IA em seus serviços e produtos ainda parece ser um sonho distante para os executivos das nossas empresas. Mas elas precisam entregar experiências melhores aos seus clientes e tomar decisões mais acertadas. Para isso algoritmos são a base essencial. Sem algoritmos você não consegue antecipar as necessidades dos seus clientes e nem fazer recomendações adequadas, que melhorem sua experiência. Algoritmos de Machine Learning podem analisar bilhões de sinais e identificar probabilidades de determinado cliente comprar um produto específico ou direcionar qual atendente do call center será mais adequado para atender a uma específica demanda. Mesmo as lojas físicas que respondem por mais de 90% das compras no Brasil podem usar IA através de chatbots, para interagir com seus clientes à medida que eles caminham pelos corredores. Analisando seu histórico como clientes, preferências e outras informações, podem recomendar produtos nas gôndolas. Vale a penaestudar o potencial dos chatbots.
Em resumo, a experiência que eu percebo na Amazon não tem similaridade com as que percebo na maioria dos sites de varejo brasileiros. Os apps que usamos na maioria das empresas brasileiras, de qualquer setor, seja de bancos, seguradoras ou varejistas não proporcionam experiência personalizada. São, em sua maioria, interfaces desktops adaptados para as telas dos smartphones, com mudanças cosméticas.
Por que isso? Creio que existem várias razões. Uma delas, com certeza tem sido a crise econômica dos últimos anos. Mas também coloco na lista o desconhecimento por parte de CEOs e CIOs do potencial da IA, a falta de talentos disponíveis (data scientists) e a precariedade da formação de profissionais para trabalhar com algoritmos e IA por parte da maioria das universidades daqui.
Quanto ao potencial, IA terá imenso impacto nos negócios e na sociedade. Vai mudar negócios, acabar com outros e criar novos. Vai eliminar empregos, transformar outros e criar novos. Vivemos em mundo de mudanças exponenciais e embora o termo IA tenha aparecido pela primeira vez nos idos de 1956, a evolução exponencial dos últimos anos vem acelerando o processo de forma fantástica. Nosso pensamento linear nos impede de olhar o futuro exponencial com clareza. Se pensarmos exponencialmente, ao olhar os próximos dez anos devemos comparar o mundo como era não em 2006, mas como o era em 1956! Nem o mainframe IBM /360 existia!
O que recomendo? Estudar com mais atenção o impacto da IA nos negócios, na sociedade e na maneira como as empresas operam. Por exemplo, um artigo da MIT SLoan Management Review mostra a drástica transformação que está por vir nas funções dos gestores das empresas. Sim, a função exercida hoje pelos gerentes e diretores também sofrerá impacto significativo. Vale a pena ler o artigo “Using Artificial Intelligence to Humanize Management and Set Information Free”. Esse artigo, também do MIT SLoan, “Rise of the Strategy Machines” mostra que até o papel de criar estratégias poderá, em parte, ser efetuado com IA: “We may be ahead of smart machines in our ability to strategize right now, but we shouldn’t be complacent about our human dominance”…Na verdade, nós humanos não somos tão bons assim. Um estudo mostrou que a probabilidade de sucesso de acordos de M&A (Fusões e aquisições) efetuados por estrategistas é similar à de jogarmos cara ou coroa. E que 83% desses acordos falham em alcançar os objetivos definidos
As profissões e funções que efetuamos hoje serão transformadas. Recomendo a leitura do artigo “How do you get a job that doesn’t exist yet?” publicado pelo World Economic Forum. À medida que a tecnologia e a IA se entranham na nossa vida, novas funções serão criadas e a atuais substituídas ou alteradas. Fica a pergunta: como as empresas estão olhando esse futuro próximo?
Esse é o mundo que já começamos a trilhar. Os sinais de mudança aparecem aqui e ali, e talvez muitas empresas não prestam a devida atenção. Estamos em uma sociedade cada vez mais hiperconectada e digital. O mundo digital, a computação e os algoritmos de IA estarão tão inseridos no nosso dia a dia que talvez nem tenha mais sentido, no futuro, falar em indústria
de TI, pois todas as empresas de alguma forma serão de TI. O que é um Uber, Airbnb, Facebook, Alibaba, Amazon? Empresas de tecnologia ou de transporte, hospedagem, varejo? Pensem nisso!
(*) Cezar Taurion é CEO da Litteris Consulting, autor de seis livros sobre Open Source, Inovação, Cloud Computing e Big Data
Alguns dias sem se exercitar já afetam o cérebro
Ficar um pouco mais de uma semana sem se movimentar reduz o fluxo sanguíneo na cabeça
É normal, durante um período atribulado no trabalho, que a primeira coisa eliminada da rotina seja a atividade física. Ora, quem nunca abandonou a academia por uma semaninha pelo menos? Pois saiba que pausas assim já são capazes de trazer consequências para o cérebro. A descoberta vem da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Para o trabalho, foram recrutadas pessoas superativas entre 50 e 80 anos, todas com um histórico de 15 anos de práticas físicas, sendo no mínimo quatro horas de exercícios intensos por semana. Para ter ideia, essa turma corria o equivalente a 10 quilômetros por dia.
Os cientistas mediram a velocidade do fluxo sanguíneo no cérebro dos voluntários enquanto eles ainda estavam seguindo sua rotina normal de treinos e também depois de 10 dias sem nenhuma atividade física. Descobriu-se, então, que esse tempo “de molho” fez o fluxo sanguíneo diminuir significativamente em oito regiões da massa cinzenta, incluindo áreas do hipocampo. E é aí que mora o perigo. Essas regiões do cérebro tem um importante papel no processamento da aprendizagem e da memória – tanto é que são os primeiros locais a encolher entre pessoas com Alzheimer. Segundo os autores, os dados reforçam: quanto menos exercícios físicos, maior o risco de declínio cognitivo.
POR THIAGO CASTRO
A nova forma de interação entre pessoas e negócios : conheça o Neurobusiness
O objetivo principal das empresas, sejam elas grandes ou pequenas, é sempre o mesmo: vender mais e expandir os negócios. Mas, como entender a necessidade do público-alvo e traçar estratégias para que os produtos e serviços oferecidos sejam aceitos mesmo em tempo de crise?
O ideal é que você fuja das técnicas tradicionais para buscar as respostas. O mercado tem mudado e a forma de se posicionar nele também. Estudos comprovam que existem estratégias com contexto científico que podem ser utilizadas para melhorar o posicionamento da marca e ampliar as vendas.
Para aplicar essas novas técnicas, é preciso estudar o comportamento da mente humana e, assim, compreender o que o público busca, o que sente e, principalmente saber como ele reage a algumas ações.
E aqui entra o NeuroBusiness, que une ciência e negócios ao usar os conhecimentos sobre o cérebro, a mente e o comportamento humano. É a aplicação da Neurociência comportamental, que tem como objetivo entender o contato do organismo e os fatores internos – como pensamentos e emoções – ao meio e aos comportamentos visíveis, como fala, reações, sensações e gestos.
Acredite, isso não é novidade. A técnica começou a ser estudada em 2000 e é aplicada, desde então, por empresas de diferentes setores da economia. O motivo ? A forma de vender produtos e serviços mudou nos últimos anos.
Em um futuro bem próximo, segundo especialistas no assunto, os novos negócios não serão baseados no produto ou no consumidor, por exemplo, mas no ser humano. Isso quer dizer que, para ter sucesso em qualquer negócio, é preciso levar em consideração o entendimento sobre o comportamento da mente humana.
O cérebro humano
O nosso cérebro é dividido em três partes: o cerebelo (na nuca), o cérebro (formado pelo telencéfalo e pelo diencéfalo), e o tronco encefálico, que é formado por mesencéfalo, ponte e bulbo.
Essas divisões e subdivisões mostram como cada parte do cérebro funciona e quais delas são responsáveis por cada tipo de ação: racional ou emocional. Entre elas, está o córtex cerebral, responsável por processar todos os sinais que vêm do corpo, e os sinais que estão diretamente relacionados à memória, valores e projeções para o futuro.
Por isso, cientistas e pesquisadores do mundo todo tentam desvendar os mistérios do cérebro humano, além de traçar o mapa do córtex cerebral. Recentemente, uma pesquisa revelou 100 novas regiões distintas em cada hemisfério do cérebro, somando um total de 360 áreas dentro do córtex cerebral.
Para chegar a essa conclusão, os responsáveis pelo estudo treinaram um classificador que reconheceu as características de cada parte do córtex cerebral de 210 jovens e adultos saudáveis através de um programa de Machine Learning.
Embora tenha sido divulgado que a precisão do estudo é de 96,6% , isso não é o suficiente para a ciência. Porém, mostra uma ideia do quanto o nosso cérebro é complexo e merece atenção.
Maioria das decisões é tomada pelo cérebro primitivo
A Neurociência é responsável pelos estudos do comportamento da mente humana para a tomada de decisões. Em entrevista ao portal UOL durante o Fórum de NeuroBusiness em 2014, o espanhol Antônio Mimbrero disse que existem o cérebro médio, que sente, o racional, que pensa, e o primitivo e instintivo, que toma a maioria das decisões.
O foco principal é levar em consideração as características e saber como essa parte primitiva e instintiva funciona para ser aplicada ao NeuroBusiness. Ainda segundo Mimbrero, uma das características é que ele é totalmente egoísta e autocentrado.
“Uma empresa que, ao se comunicar com o consumidor, fala apenas de questões de mercado (ou seja, sobre ela mesma), por exemplo, não consegue atingir essa parte do cérebro. Mas, se ela mostrar que seu produto ou serviço pode deixar aquele consumidor melhor ou mais forte, ele vai se interessar”, disse ao portal.
Como é feito
Agora que você já conhece um pouco como o cérebro humano funciona, é preciso entender que o objetivo principal do NeuroBusiness é ir além das tradicionais pesquisas de mercado. A estratégia é feita por meio de equipamentos que captam os batimentos cardíacos e o arrepio da pele e acompanham o movimento dos olhos. Assim, é possível perceber as reações que não são ditas ou escritas.
Assim, é possível entender a real necessidade do cliente e aplicar esse conhecimento para garantir bons resultados para o seu negócio.
Marketing e ciência
Que marketing e negócios andam lado a lado você já sabe, parte das empresas já entendeu isso e hoje tem ampliado o volume de investimento e criado estratégias de divulgação da empresa voltadas para o negócio. Logo, surge o Neuromarketing, que está relacionado ao NeuroBusiness.
É por meio dele que se estuda uma maneira de divulgar melhor os produtos ou serviços e fazer com que o consumidor ou o público final se identifique com eles. Ele é a aplicação de todo o estudo da ciência do cérebro voltada para o negócio. Temos dicas para você aplicar esse conhecimento ao seu dia a dia:
1 –Imagens
Já ouviu a famosa frase “uma imagem vale mais que mil palavras”?Ela é real. Segundo os estudos, o consumidor tende a se lembrar muito mais de imagens do que de textos.
2 – Conte histórias
Use a estratégia de contar uma história para se comunicar com o mercado. As pessoas identificam-se mais com as histórias do que com informações do produto ou da empresa. Por isso, conte sua história para o seu público. Seja por meio de uma foto exposta ou uma frase simples como “essa empresa é de pai para filho”.
3 – Seja diferente
Apresentar o quão bom o seu produto é já não serve mais. Hoje, o consumidor quer algo que faça sentido para ele, que o faça sentir-se especial. É a parte primitiva do cérebro falando mais alto.
4 – Saber o que o cliente quer faz toda diferença
Esteja atento ao que o seu cliente está expressando na hora da venda, mais de 80% da nossa comunicação é feita por meio de gestos e expressões. Se existe falta de interesse, de entendimento ou até nervosismo, deixe ele mais aberto à sua proposta.
Gostou do artigo? Já trabalha com Neurobusiness? Conte-nos como está se saindo.
por Plataforma Conexão