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Criança e tecnologia: até quando é saudável?

Criança e tecnologia: até quando é saudável?

Especialista da Sociedade de Pediatria de São Paulo fala da necessidade de limites

A realidade virtual vem progressivamente confundindo seus limites com o mundo real no cotidiano de crianças e adolescentes. Hoje em dia, eles já nascem imersos no meio digital. Basta lembrar que uma das primeiras providências dos pais ao terem um bebê é postar suas fotos nas redes sociais. Não à toa, essa é a chamada geração digital.

Para Vera Ferrari Rego Barros, psicanalista e presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo, é natural que, com a presença marcante das tecnologias, as crianças sejam capazes de manejar e usufruir cada vez mais cedo de smartphones e tablets. “Mas o uso precoce da tecnologia pode ser prejudicial, dependendo de quando e como ela é utilizada”, ressalta.

A Academia Americana de Pediatria (APA), no que é seguida pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), orienta que até os 2 anos de idade não haja exposição à TV, ao computador, ao celular ou ao tablet. Isso porque, nesse período, o cérebro está em franco desenvolvimento, o que requer contato com incentivos variados e ativos.

Vera diz que é preciso lembrar que crianças pequenas aprendem por meio da interação com pessoas e coisas; logo, elas precisam ter uma gama de estímulos que requeiram o uso de todas as competências envolvidas. “As capacidades motoras, as interações verbais, o tato, a visão, o paladar e o olfato devem estar integrados nas experiências com seu ambiente. Estas, aliadas à socialização, são fundamentais para um crescimento saudável”, afirma.

Para uma criança pequena, convívio social, com brincadeiras criativas e atividades manuais, deve ser o cerne do aprendizado. “Brincando, ela aprende acerca das coisas e das pessoas, bem como sobre ela mesma, na medida em que vai se surpreendendo com suas habilidades”, explica.

As experiências de relação com as telas, como TV, celulares ou tablets, por mais que encantem e prendam a atenção, não são suficientes para promover estimulação semelhante como a da vida real.

 

Oito condições que têm a ver com o abuso da tecnologia

Síndrome do toque fantasma
– É a sensação constante de que o celular está tocando. Alucinação sensorial, que gera ansiedade.

Nomofobia
– Trata-se do medo crônico de ficar sem celular.

Cibercondria
– Hábito de vasculhar sites em busca de sintomas para os males que a pessoa acha que tem. Essa situação pode gerar crises de pânico e ansiedade.

Danos aos testículos
– Usar notebook no colo pode reduzir a capacidade reprodutiva, alerta experimento da Universidade Stony Brook (EUA).

WhatsAppite
– É uma inflamação nos pulsos causada pela troca de mensagens no Whatsapp.

Náusea digital
– Mal-estar provocado por programas, jogos e equipamentos baseados em realidade virtual. Usuários de dispositivos Apple chegaram a relatar enjoo, vertigem e dor de cabeça por causa do abre e fecha de alguns aplicativos.

Efeito Google
– Por que decorar uma informação se você a encontra em um site de busca? Na Universidade Colúmbia (EUA), cientistas estão sondando como esse acesso imediato mexe com o cérebro. Primeira conclusão: a memória sai mesmo prejudicada.

Problemas osteomusculares
– O uso de tablets, computadores e afins exige movimentos repetitivos e pode resultar em posturas nocivas. Por isso, viram uma fonte de dor e inflamação nos punhos, nos ombros, no pescoço e, claro, nas costas.

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