6 dicas para conseguir automotivar-se
Um apanhado sobre as principais teorias motivacionais e 6 dicas para conseguir automotivar-se.
1. O que é Motivação?
mo·ti·var
(motivo + -ar)
verbo transitivo
1. Expor os motivos de.
2. Fundamentar.
3. Dar motivo a. = ORIGINAR
(Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
A noção da palavra motivação vem do latim. Conforme Maximiniano, (2004 p. 14) “A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. O seu sentido original fundamenta-se no processo no qual o comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum motivo ou razão”.
Motivação é um termo intimamente relacionado com a noção de esforço. O desempenho das pessoas depende não apenas das suas habilidades individuais, mas também da motivação. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. Assim a principal questão da motivação é “por que o indivíduo se comporta da maneira como ele o faz?”.
O estudo da motivação comporta a busca de princípios (gerais) que auxiliem a compreender por que seres humanos em determinadas situações específicas escolhem, iniciam e mantém determinadas ações.
“Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico” (CHIAVENATO 1982, p. 414).
MOTIVAÇÃO é a disposição para fazer alguma coisa, e é condicionada pela capacidade dessa ação satisfazer uma necessidade específica do indivíduo.
NECESSIDADE significa um tipo de interpretação que cada pessoa faz das coisas à sua volta, que faz um determinado resultado parecer atraente.
Uma necessidade não satisfeita gera tensão o que estimula a vontade do indivíduo. Essa vontade desencadeia uma busca de metas específicas que, uma vez alcançadas, terão como consequências a satisfação da necessidade do indivíduo, e a redução da tensão. Este movimento é chamado de “Ciclo Motivacional”.
Uma pessoa motivada está em estado de tensão. Para aliviá-la, ela se engaja em atividades para realizar o seu objetivo. Quanto maior a tensão, mais atividades serão necessárias para proporcionar o alívio. Segundo Robbins (2002, p.105) “motivação é o processo responsável pelo grau de esforço desprendido, pela direção que serão destinados estes esforços e pelo tempo com que o indivíduo consegue mantê-los.”
Quando o a pessoa não consegue alcançar seu objetivo, o ciclo motivacional não se realiza, e sobrevém a frustração do indivíduo, que poderá assumir várias atitudes:
• Comportamento ilógico ou sem normalidade;
• Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
• Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;
• Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
• Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc.
Segundo Spector (2002, p.198) “a motivação é um estado interior que induz uma pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos”. Ela vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida. Seus motivos são pessoais, intransferíveis, e estão dentro da sua cabeça (e do coração também). Logo, seus motivos são abstratos e só têm significado pra você, por isso motivação é algo tão pessoal: vem de dentro. O grande problema é definir os motivos verdadeiros, para assim dar um significado real à sua luta diária.
“Fica estabelecida a possibilidade de sonhar coisas impossíveis e de caminhar livremente em direção aos sonhos.”
(Luciano Luppi)
1.1. Pirâmide de Maslow
A teoria mais conhecida sobre motivação é a Teoria da Hierarquia das Necessidades, de Abraham Maslow. Segundo o Maslow, à medida que cada necessidade é atendida, a próxima (de baixo para cima) torna-se a necessidade dominante, até que o indivíduo chegue ao topo da pirâmide. As necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Cada pessoa tem de “escalar” uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto realização. As necessidades apontadas pelo autor são as seguintes:
1. Necessidades fisiológicas: fome, sede, sexo, abrigo e outras necessidades corporais.
2. Segurança: segurança e proteção contra danos físicos e emocionais.
3. Sociais: afeição, sensação de pertencer a um grupo, aceitação, amizade.
4. Estima: fatores internos (como respeito próprio, autonomia e realização) e fatores externos (como status, reconhecimento e atenção).
5. Auto realização: a intenção de tornar-se tudo aquilo que se é capaz de ser. Inclui crescimento, conquista do próprio potencial e autodesenvolvimento.
A auto realização é o último patamar da pirâmide. Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade, tendo autoconhecimento suficiente para ser tudo o que se é capaz de ser, desenvolvendo os potenciais.
Mesmo assim, é possível uma pessoa estar auto realizada, contudo não conseguir uma total satisfação das suas necessidade fisiológicas/ de segurança.
1.2. A Teoria das três necessidades, de David McClelland (1961)
De acordo com McClelland, apud Montana e Chanov (1999, p.213):
“As pessoas que demonstram forte necessidade de realização são particularmente responsivas aos ambientes de trabalho nos quais podem atingir o sucesso através de seus próprios esforços.”
Um mesmo objetivo pode ser buscado por diferentes pessoas por diferentes razões: uma deseja mostrar seu desempenho, outra anseia ter influência sobre outras pessoas (poder), etc. Segundo McClelland, as pessoas podem aprender a ter necessidades de acordo com o ambiente em que vivem:
1. Necessidades de Realização: é o desejo de alcançar algo difícil, que exige um padrão de sucesso, assim como o domínio de tarefas complexas e superação de obstáculos. Essas pessoas querem um retorno concreto sobre seu desempenho, e não são motivados só pela possibilidade de ganhar dinheiro. Os indivíduos com este tipo de necessidade pretendem, mais que obter sucesso individual, ter um retorno positivo do grupo.
2. Necessidades de Afiliação: é o desejo de estabelecer relacionamento pessoais próximos, de evitar conflitos e estabelecer fortes amizades; é uma necessidade social, de companheirismo e apoio, para desenvolvimento de relacionamentos significativos com pessoas. Pessoas que têm essa necessidade pensam que as pessoas/amigos são mais importantes que a própria produção de resultado ou produtividade.
3. Necessidades de Poder: é o desejo de influenciar ou controlar outros, de ser responsável por outros e ter autoridade sobre eles. É a necessidade de dominar, influenciar ou controlar pessoas. Uma elevada tendência para o poder está associada a atividades competitivas, bem como ao interesse de obter e manter posições de prestígio e reputação.
Segundo McClelland todas as pessoas possuem um pouco destas necessidades, em graus diferentes, contudo uma só será característica de cada pessoa. O quadro seguinte apresenta um conjunto de características que permitem avaliar qual a necessidade mais dominante em cada indivíduo.
2. Como se auto motivar?
Em primeiro lugar, as seguintes perguntas precisam ser feitas a si mesmo:
1. O que eu quero da vida nesse determinado momento?
2. O que me falta?
3. Qual a minha necessidade?
Algumas possíveis respostas:
1. EU QUERO JOGAR/COMPETIR/PROGREDIR NA MINHA CARREIRA E GANHAR. (NECESSIDADE DE SUCESSO)
2. EU QUERO PARTICIPAR DE UM GRUPO/QUERO ME SENTIR PARTE DE ALGUMA COISA MAIOR. (NECESSIDADE DE AFILIAÇÃO)
3. EU QUERO ME SENTIR MAIS FORTE/COM MAIS PODER SOBRE OS OUTROS/LIDERAR. (NECESSIDADE DE PODER)
Uma vez percebido o que o indivíduo deseja, ficará mais fácil de enxergar seu motivo. Para as necessidades relacionadas ao sucesso, pode-se buscar trabalhar/treinar num nível mais intenso. A entrega do indivíduo deve ser maior que a própria noção do que vai ganhar com o resultado.
Para as necessidades de afiliação, deve-se buscar colaborar mais com as pessoas ao redor, e o espírito de equipe precisa ser relembrado com mais frequência, mas sem gerar expectativas quanto ao retorno. O retorno da colaboração será natural, desde que o indivíduo não “force a barra”.
Para as necessidades de poder, será necessário auto empoderamento (de modo prudente e responsável), sempre buscando a confirmação das instâncias superiores, de um líder ou de um mentor – sem, no entanto, destacar-se como especial.
3. Seis dicas para a automotivação:
1. Motivar-se é reconhecer seus motivos: cada pessoa tem um ou alguns motivos particulares que o estimulam a realizar determinada ação. Pense quais são aqueles que conseguem inflamar o seu coração e a sua mente.
2. Ajude e será ajudado: ajude as pessoas a realizarem os seus próprios sonhos e elas o ajudarão a realizar os seus. Faça a roda girar: um companheiro forte é você forte. Estimule seu companheiro e ao mesmo tempo canalize esta força como retroação para o seu objetivo maior.
3. Crie em sonho em comum: em algum ponto as motivações pessoais de diversas pessoas podem ser bastante similares. Perceba isso e consiga instigar esta visão cooperativista.
4. Atue com entusiasmo: não só suas palavras, mas principalmente suas ações criarão sua própria adesão e comprometimento na busca do seu objetivo maior, todos os dias.
5. Tenha uma meta e também um plano: é muito difícil sentir-se motivado se você nem mesmo sabe onde quer chegar. É necessário ter muito bem definido o resultado a ser alcançado, o plano a ser seguido.
6. Confie no seu potencial: pessoas que se esforçam podem melhorar, sempre.
Entenda os seus motivos, crie uma causa, batalhe e afine-se para o sucesso!
“O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.”
(Albert Einstein)
BIBLIOGRAFIA
“motivação”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013), http://www.priberam.pt/dlpo/motiva%C3%A7%C3%A3o [consultado em 30-08-2016].
CHIAVENATO, I. Administração de Empresas. Uma abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill, 1982.
CHIAVENATO, I. Administração – Teoria, Processo e Prática. 2.ed.São Paulo: Makron, 1995.
Idalberto . Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: TEORIAS MOTIVACIONAIS Campus, 2000.
CHIAVENATO, I. Administração de recursos humanos. O capital humano das organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
CHIAVENATO, I. Gerenciando com pessoas. 2. ed. São Paulo: Makron, 2005
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1997.
BUONO & , BOWDITCH, J. L A. F. Elementos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992.
CASADO, T. O Indivíduo e o Grupo: A Chave do Desenvolvimento. In: FLEURY, M.T. L. [at al]. As Pessoas na Organização. São Paulo: Editora Gente, 2002.
DAFT, Richard I. Administração. 4. ed. Rio de Janeiro: 1999. FARIA A. N. Liderança e chefia. Rio de janeiro: LCT-livros Técnicos e Científicos: 1982.
LACOMBE, Francisco e HEILBORN, Gilberto. Administração, Princípios e. Tendências. 1ª edição. São Paulo: Saraiva 2003.
LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. As pessoas na organização. 6. ed.. São Paulo: Gente, 2002.
MALIK, Ana M. Gestão de Recursos Humanos. Volume 9. São Paulo. Editora Fundação Peirópolis Ltda.1988.