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Como a mente, o cérebro e o corpo são ligados?

Como a mente, o cérebro e o corpo são ligados?

Apesar de todos os avanços na medicina e na ciência, os pesquisadores ainda não sabem dizer com convicção como – ou se – nossos corpos e mentes estão ligados. A relação entre mente, cérebro e corpo tem levantado questões entre filósofos e cientistas durante séculos. Em 1905, o médico francês Gabriel Beaurieux acreditava ter se comunicado com o prisioneiro Henri Languille depois que sua cabeça fora cortada de seu corpo.

“Eu chamei em uma voz forte, afiada: ‘Languille!’ Vi que as pálpebras se erguiam lentamente, sem qualquer contração espasmódica – insisto com determinação nessa peculiaridade -, mas com um movimento uniforme, bem distinto e normal, como acontece na vida cotidiana, com as pessoas acordadas ou arrancadas de seus pensamentos”, descreveu o médico na época.

Décadas depois, o cientista soviético Sergei Brukhonenko teria mantido a cabeça cortada de um cão por quase seis meses usando uma máquina primitiva que simulava as funções do coração e do pulmão.

O vídeo abaixo supostamente mostra a cabeça respondendo a estímulos de luz, som e ácido cítrico. Mas enquanto a pesquisa de Brukhonenko pode ter sido importante no desenvolvimento da cirurgia cardíaca, ela é mais frequentemente considerada como uma falsa propaganda da era soviética.

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Consciência

As pesquisas sobre a consciência humana seguiram em frente desde estas observações iniciais. Mais recentemente, entretanto, os neurocientistas têm questionado como a matéria física se junta para construir a mente.

Em 1995, Francis Crick escreveu em The Astonishing Hypothesis que não somos nada mais do que uma “coleção imensamente complexa de neurônios”.

Esta hipótese é uma forma de fisicalismo redutivo – uma posição filosófica na qual a neurosciência moderna normalmente se encaixa – que diz que tudo na existência não é mais do que suas propriedades físicas.

Novamente usando a decapitação animal, embora desta vez com ratos, os neurocientistas exploraram a questão de quanto tempo a atividade cerebral é observada após a morte. Em um experimento de 2011, foi relatado que o tempo necessário para que ratos decapitados chegassem à inconsciência – definida por uma diminuição na atividade cognitiva de 50% – foi de 4 segundos.

Os pesquisadores também observaram mais tarde uma onda muito grande e lenta na atividade cerebral. Isso foi interpretado como o que eles chamaram de “onda de morte” – quando todos os neurônios do cérebro morrem ao mesmo tempo – e talvez, a fronteira final entre a vida e a morte.

Mas alguns acreditam que a mente é mais do que apenas a soma de suas células cerebrais físicas. Uma posição contrastante para o fisicalismo é a suposição dualista de que o físico e o mental são substâncias fundamentalmente diferentes.

Além disso, alguns filósofos e cientistas sugerem que “a informação pode ser a chave para a consciência”.

Consistente com essa ideia está a teoria da informação integrada, que aceita a existência da consciência, mas implica, de forma controversa, que qualquer coisa pode ser consciente – mesmo um smartphone – se possuir um “phi” suficientemente elevado: uma medida de informação em um sistema que não pode ser reduzida ao especificado pelas suas partes.

O nervo vago

Uma parte específica do corpo pode ajudar em uma melhor compreensão da ligação entre mente, cérebro e corpo: o nervo vago. Ele é o foco de pesquisa do professor Andrew H Kemp, da Swansea University, no Reino Unido.

“A função do nervo vago superior (medida e indexada pela variabilidade da frequência cardíaca) suporta a capacidade de uma pessoa para a regulação emocional, engajamento social e função cognitiva”, explica. “Por outro lado, a função vagal comprometida – e menor variabilidade da freqüência cardíaca – pode ter um papel no início da depressão”.

Segundo Kemp, o nervo vago não afeta apenas a mente. Níveis mais elevados de função vagal podem levar a uma melhor regulação da glicose, redução da inflamação e redução do risco de doença e morte.

Este nervo também é conhecido por desempenhar um papel importante na cognição do cérebro. Ele ajuda a suprimir estímulos irrelevantes e interferentes. Estudos também sugeriram que o nervo vago pode desempenhar um importante papel regulador sobre os processos inflamatórios, contribuindo para diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares – todos os quais também têm impacto na função cognitiva.

“Entretanto, pouca pesquisa foi feita para observar como o nervo vago afeta corpo e mente juntos”, diz o pesquisador. “Foi por isso que me uni a colegas para questionar se as relações anteriormente relatadas entre função vagal e desempenho cognitivo poderiam ser explicadas através de uma única via neurológica, psicológica e fisiológica”, conta.

“Dando suporte a essa possibilidade, observamos que o comprometimento da função vagal parece aumentar a resistência à insulina, o que contribui para o espessamento das artérias carótidas, o que, por sua vez, afeta adversamente a função cognitiva”.

Segundo ele, isto significa que a função vagal baixa inicia uma cascata de efeitos adversos que conduzem a uma deterioração cognitiva. Enquanto simples comportamentos saudáveis – perda de peso e exercícios, por exemplo – podem dar um ‘curto circuito’ em efeitos adversos sobre a função cerebral, mais pesquisas sobre as vias causais envolvidas ainda são necessárias para descobrir como o nervo vago conecta o corpo, o cérebro e a mente.

“Nossa pesquisa é um primeiro passo para descobrir como a saúde do corpo e da mente pode ser afetada por este único nervo. Mas é um passo em um caminho que, esperamos, irá se desenvolver com a nossa pesquisa em uma “psicologia positiva” para pessoas que vivem com distúrbios neurológicos”, afirma. [Science Alert]

Como a mente, o cérebro e o corpo são ligados?

A química do amor

A paixão amorosa é uma das emoções mais poderosas que existem

Frio na barriga, coração acelerado e sorriso estampado no rosto ao ver a pessoa amada. Sensações que, romanticamente, ligamos ao coração são geradas pelo cérebro. Da felicidade sem motivo aparente de “quem viu um passarinho verde” ao “soco no estômago” diante do término, tudo é explicado pela química.

Quando alguém se apaixona, há uma reação gerada no cérebro com a liberação do hormônio oxitocina. Ela é responsável, entre outras coisas, pelo apego. Não é à toa que a oxitocina é conhecida como o “hormônio do amor”. E sabe aquela vontade de estar sempre perto de uma pessoa? Ela ocorre porque o cérebro entende que há uma dependência. Amar vicia, ativando a área de recompensa cerebral. E temos abstinência em caso de grande período sem ver a pessoa. Ela se torna a coisa mais importante da vida. O tempo voa quando se está junto, e se arrasta quando afastado.

A maioria das pessoas sabe como é estar apaixonada. Dá taquicardia e vontade muito grande de estar perto o tempo todo. Os sintomas descritos são resultado da descarga de dopamina e opioides no organismo. A primeira é estimulante, precursora da adrenalina. Já os opioides provocam euforia e dependência. Quando a pessoa amada é vista, essa descarga de hormônios é tão intensa que, assim que a pessoa vai embora, você já quer que volte. O pensamento fica o tempo todo voltado para ela.

A paixão amorosa é uma das emoções mais poderosas que existem. A pessoa fica mais feliz e reage melhor ao estresse. Tudo na vida passa a ser resolvido com mais facilidade. A paixão atua como ingrediente importante no sexo. Ao ponto em que ele se torna mais intenso que a relação sexual casual. A explicação é simples: mais áreas cerebrais são ativadas e mais hormônios são despejados no corpo durante o sexo amoroso. No sexo casual há ativação do circuito ligado ao desejo sexual, com liberação mais forte apenas da testosterona, principal hormônio responsável pela libido. Por outro lado, no sexo amoroso há descarga mais intensa de outros tipos de hormônios. Além da testosterona, há liberação maior de dopamina na região responsável pela atração, apego e prazer. O mesmo acontece com a ocitocina, mais relacionada ao amor. Na prática, toda essa convergência de hormônios resulta em sensações mais fortes.

Não fica difícil de entender que o término de algo tão delicioso gera um estresse comparável ao de uma morte, com liberação de noradrenalina e cortisol. Quando a pessoa decide acabar uma relação com você, a área responsável pelas memórias amorosas no cérebro é reativada, como se você se apaixonasse de novo por quem acabou de te dispensar. Há a “perda” do futuro. O que foi vivido permanece. Mas o planejamento que foi feito para o futuro não existirá mais. O que era idealizado não vai se concretizar, por isso tanta tristeza.
Amar nos torna pessoas melhores, mas pode gerar dor e tristeza, pela falta e ausência. Não lacrem suas tampas. Só quem já sentiu sabe que compensa. Vezes dez.

Por, Vinícius Alves Morais

In,

Como a mente, o cérebro e o corpo são ligados?

Como as pessoas mais inteligentes lidam com as pessoas tóxicas

Porque as pessoas tóxicas estão em todo o lado e têm um impacto negativo em quem as rodeia, um especialista em inteligência emocional partilha 10 dicas para lidar com elas

Num artigo publicado no The Huffington Post, Travis Bradberry, co-autor do livro Inteligência Emocional 2.0 e presidente da TalentSmart, uma empresa que se dedica ao fornecimento de serviços e produtos relacionados com a inteligência emocional, começa esclarecer que “as pessoas tóxicas desafiam a lógica”. Umas nem se apercebem do impacto negativo que têm à sua volta, outras tiram prazer do caos e desconforto que semeiam à sua passagem, mas em qualquer dos casos, a conta é pesada para os que convivem com elas. Travis Bradberry lembra que apenas uns dias de stress são suficientes para “comprometer a eficácia dos neurônios no hipocampo – uma área do cérebro importante, responsável pelo raciocínio e pela memória”.

Um estudo recente, reforça o especialista, demonstra que a exposição a estímulos que provoquem emoções negativas fortes – como lidar com pessoas tóxicas ( e entre as formas de toxicidade, Bradberry destaca a negatividade, a crueldade, a vitimização ou a “simples loucura”) – leva o cérebro a uma resposta de stress massiva.

A TalentSmart fez uma investigação que envolveu mais de um milhão de pessoas e concluiu que 90% das que apresentavam melhor desempenho conseguiam dominar as suas emoções durante momentos de stress e tinham a capacidade de “neutralizar” as pessoas difíceis. Como? É o que se segue:

1 – Estabelecem limites

As pessoas que passam a vida a queixar-se e que são negativas focam-se nos problemas e não nas soluções e querem arrastar os outros para essa sua forma de estar. Os que as rodeiam sentem-se no dever de as ouvir para não parecerem mal educados, mas há uma linha entre o ouvir e o ficar enredado numa espiral emocional negativa. Estabeleça limites e distancie-se quando necessário. E pode sempre perguntar-lhes diretamente o que tencionam fazer para resolver o problema de que tanto se queixam…

2 – Saem do jogo

As pessoas tóxicas fazem as outras sentir que estão a enlouquecer porque o seu comportamento é irracional. O segredo é não se deixar arrastar e entrar na mesma linha. “Não tente vencê-los nos seu próprio jogo”, alerta o especialista.

3 – Têm consciência das suas emoções

Manter uma distância emocional exige ter consciência. Não se consegue impedir alguém de mexer conosco se não nos apercebermos do que está a acontecer.

4 – Não gastam as energias todas de uma vez

As pessoas emocionalmente inteligentes sabem que o dia seguinte é crucial quando se lida com uma pessoa tóxica. Enterrar emoções só vai fazer esgotar todas as energias, daí o ser necessário conhecer e responder às próprias emoções para escolher sensatamente as “batalhas” a travar.

5 – Não se focam nos problemas, mas nas soluções

O foco da atenção determina o estado emocional. Quando alguém se foca nos problemas, prolonga-se o estado emocional negativo e o stress. Quando o foco, por outro lado, é na ação, cria-se uma sensação de “eficácia pessoal” que, por sua vez, leva a emoções positivas. Pensamentos fixos no quão “loucas” ou “difíceis” são as pessoas tóxicas também só lhes dá mais poder e não resolve nada. Foque-se, em vez disso, em como lidar com elas.

6 – Não esquecem

As pessoas emocionalmente inteligentes perdoam rapidamente, mas isso não quer dizer que esqueçam. Perdoar, sublinha Travis Bradberry, implica seguir em frente, mas de forma a não repetir a mesma experiência.

7 – Não absorvem a negatividade

É natural alguém sentir-se mal com a forma como os outros o tratam, mas cabe ao próprio intensificar essa negatividade ou seguir em frente.

8 – Dormem

Quando dormimos, o cérebro recarrega as energias. Quando não dormimos o suficiente, o autocontrolo, a atenção e a memória diminuem, enquanto aumentam os níveis hormonais ligados ao stress. Uma boa noite de sono torna-nos mais positivos, criativos e proativos na aproximação às pessoas tóxicas.

9 – Procuram ajuda

Falar com alguém ajuda a pôr as coisas em perspectiva e, muitas vezes, do diálogo surge uma solução que não se conseguia ver devido ao envolvimento emocional.

10 – Juntar todos os pontos anteriores

Antes de conseguir ter este sistema a funcionar a 100%, vai ter de passar alguns testes. “Felizmente, a plasticidade do cérebro permite-lhe moldar-se e mudar à medida que adota novos comportamentos, mesmo quando você falha”, conclui o artigo.

in,

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Esforço intelectual aumenta a sobrevida das células do cérebro

Usar profundamente o cérebro, especialmente durante a adolescência, ajuda as células do cérebro a sobreviver por mais tempo e também afeta positivamente a forma como o cérebro funcionará depois da puberdade.

A afirmação tem por base os resultados de uma recente estudo realizada pela equipe da cientista Tracey Shors, da Rutgers University (Universidade do Estado de New Jersey), nos Estados Unidos. Nesse estudo, realizado em ratos, constatou-se que as células recém-nascidas do cérebro de ratos jovens que aprenderam a realizar tarefas com êxito viveram muito mais tempo do que as do cérebro dos que não conseguiram realizar e dominar com sucesso as tarefas ensinadas a eles.

Nos ratos em que a aprendizagem não foi de nível adequado, três semanas depois que novas células cerebrais nasceram, quase metade deles já haviam morrido. Em contraste, nos ratos em que a aprendizagem foi adequada, a grande maioria dos neurônios ainda estavam vivos depois de três semanas.

Ao examinar o hipocampo (uma região do cérebro associada com os processos de aprendizagem) de ratos submetidos a uma tarefa para aprender a associar um som com uma resposta motora requerida, a equipe de cientistas descobriu que a grande maioria das novas células cerebrais, tingidas com um corante de contraste semanas antes, ainda estavam vivas nos ratos que haviam aprendido a tarefa, o que não ocorreu nos ratos que não haviam aprendido.

Não é que a aprendizagem produz mais células, é que o processo de aprendizagem mantém vivas por mais tempo as que já estão presentes no momento da experiência de aprendizagem com sucesso.

Como o processo de produção de novas células cerebrais é, em nível celular, semelhante em todos os animais, o que inclui o ser humano, Tracey Shors considera que é vital que, por todos os meios possíveis, as crianças iniciem a adolescência aprendendo já em grau ótimo desde o primeiro momento, pois isso terá um impacto positivo sobre o processo de aprendizagem.

Cientista Tracey Shors, da Rutgers University (Universidade do Estado de New Jersey), nos Estados Unidos.

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Encontradas as primeiras evidências de níveis mais altos de consciência

Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido, encontrou evidências de um estado “superior” de consciência.

Uma equipa de neurocientistas britânicos observou evidências de um aumento contínuo na diversidade dos sinais neurais – uma medida da complexidade da atividade cerebral – em pessoas sob a influência de drogas psicadélicas, comparada com os períodos em que se encontravam acordadas e em estado normal.

A diversidade dos sinais cerebrais de uma pessoa fornece um índice matemático do seu nível de consciência. Por exemplo, com base nessa escala, as pessoas que estão acordadas têm uma atividade neural mais diversa do que as que estão adormecidas.

Estudos anteriores tenderam a concentrar-se nos estados de consciência mais baixos, como o sono, a anestesia ou o chamado estado “vegetativo”.

Segundo o portal Medical Xpress, este é no entanto o primeiro estudo a mostrar que a diversidade de sinais cerebrais é maior do que a linha de base, que é maior do que em alguém que está simplesmente “acordado e consciente”.

“Esta descoberta mostra que o cérebro sob o efeito de fármacos psicadélicos se comporta de forma muito diferente do normal”, explica o professor Anil Seth, co-diretor do Centro Sackler para a Ciência da Consciência da Universidade de Sussex.

“Durante o estado psicadélico, a atividade elétrica do cérebro é menos previsível e menos integrada do que durante a vigília consciente normal – tal como medida pela diversidade global do sinal”, explica Anil Seth, que realça que os resultados precisam de ser interpretados com atenção.

“Agora que esta escala mostrou a sua validade como uma medida do nível de consciência, podemos dizer que o estado psicadélico aparece como um nível de consciência mais elevado do que o normal – mas apenas no que diz respeito a esta medida matemática específica”, diz Seth.

A equipe de investigadores afirma que mais pesquisas são agora necessárias, usando modelos mais sofisticados e variados, para confirmar os resultados, mas que os resultados obtidos são “cautelosamente animadores”.

Psicadélicos e campos magnéticos cerebrais

Para o estudo, a equipe de investigadores, formada por Anil Seth, Michael Schartner e Adam Barrett, reanalisou dados que haviam sido recolhidos anteriormente pelo Imperial College de Londres e pela Universidade de Cardiff, nos quais voluntários saudáveis receberam uma de três drogas conhecidas por induzir um estado psicadélico.

As três drogas utilizadas no estudo foram a psilocibina, presente em cogumelos alucinógenos, a cetamina e o LSD.

Usando técnicas padrão de recolha de imagens cerebrais, os investigadores mediram os minúsculos campos magnéticos produzidos no cérebro e descobriram que, sob o efeito destas três drogas, a medida de nível de consciência – a diversidade do sinal neural – era claramente maior.

Isso não significa que o estado psicadélico seja um estado “melhor” ou mais desejável de consciência, destacam os cientistas.

Em vez disso, a pesquisa mostra que o estado psicadélico do cérebro é distintivo e pode ser relacionado com outras mudanças globais no nível consciente – por exemplo, sono ou anestesia – pela aplicação de uma medida matemática simples da diversidade de sinais.

“O facto de mudanças semelhantes na diversidade de sinal terem sido encontradas com as três drogas, apesar de a sua farmacologia ser bastante diferente, é muito impressionante e tranquilizador que os resultados sejam robustos e repetitivos”, comentou o investigador Suresh Muthukumaraswamy, da Universidade de Auckland, coautor dos estudos.

Estas descobertas podem ajudar em discussões sobre o uso médico cuidadosamente controlado destas drogas – por exemplo, no tratamento da depressão grave.

“A investigação rigorosa sobre fármacos psicadélicos está a receber cada vez mais atenção, especialmente pelo potencial terapêutico que estas drogas podem ter quando usadas de forma sensata e sob supervisão médica”, explica Robin Cahart-Harris, investigador do Imperial College de Londres.

“As descobertas do presente estudo ajudam-nos a compreender o que acontece no cérebro das pessoas quando experimentam uma expansão da sua consciência sob o efeito de fármacos psicadélicos”, afirma Cahart-Harris. Segundo o cientista, “as pessoas relatam experimentar mais discernimento e compreensão sob o efeito dessas substâncias”.

“E quando isso ocorre num contexto terapêutico, pode trazer resultados positivos. As descobertas atuais podem ajudar-nos a entender como isso pode acontecer”, conclui.

O estudo foi publicado na Scientific Reports esta quarta-feira, dia 19 de abril – por incrível coincidência, precisamente 74 anos depois de Albert Hoffman, que sintetizou o LSD pela primeira vez em 1938, ter realizado a sua primeira “auto-experiência” para descobrir os efeitos psicológicos do fármaco.

Por HS

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Álcool é mais prejudicial até os 24 anos

Estudo diz que antes dessa idade o cérebro ainda está em formação e seria mais vulnerável às drogas.

Uma série de estudos médicos que acaba de ser publicada pela revista científica The Lancet é categórica ao afirmar que a adolescência dura até os 24 anos de idade. É apenas nessa idade que o desenvolvimento do cérebro é completado. Isso significa, dizem os autores, que em pessoas mais jovens o cérebro também é mais sensível aos efeitos do álcool, do tabaco, e de outras drogas.

Segundo o estudo, menores de 24 anos “não apenas viciam com mais facilidade como também sofrem uma perda maior de neurônios” por causa das drogas. Os pesquisadores ressaltam que, por outro lado, é justamente entre 18 e 24 anos que os jovens mais consomem álcool. Nessa faixa etária, no Brasil, cerca de 78% das pessoas já usaram álcool e 19% delas são dependentes, segundo dados do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).

“A geração atual de jovens vai escolher caminhos diferentes em relação às gerações passadas e vai ter de encarar novos desafios para sua saúde”, diz um dos autores do trabalho do The Lancet, o pesquisador George Patton, da Universidade de Melbourne, na Austrália. Ele afirma que os governos precisam de programas voltados para a saúde dos adolescentes para minimizar os riscos ligados à bebida.

Especialistas brasileiros concordam que a formação cerebral se estende para depois dos 18 anos. “Essa fase, a partir dos 10 ou 12 anos, até os 20 e poucos anos, é de formação. O jovem está deixando de ser criança e, antes de entrar na fase adulta, vai querer experimentar de tudo. A droga vai junto nesse contexto”, diz a pesquisadora Maria Lucia Formigoni, chefe do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo e Consultora da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

Em muitos países, inclusive no Brasil, a adolescência compreende a época do início da puberdade e os 18 anos. É nessa idade que muitos jovens escolhem uma profissão, por exemplo. É também quando se recebe uma permissão para uma série de atividades, como dirigir e consumir bebidas alcoólicas.

Maria Lucia afirma que, como o cérebro está em fase de maturação na adolescência, o álcool e as drogas tendem a provocar uma sensação de prazer mais expressiva. Nos casos em que o jovem não tem outras fontes de prazer na vida (como atividades culturais, prática de esportes, convivência saudável com família e amigos) esse efeito é ainda mais determinante para o risco de dependência.

“Nessa fase, o jovem não tem capacidade desenvolvida de avaliação de risco. A parte do controle racional não está plenamente desenvolvida”, esclarece Maria Lucia. A especialista lembra ainda que as estratégias de prevenção devem ser específicas para o jovem. Não adianta, por exemplo, alertá-lo que, se beber em excesso, terá mais risco de desenvolver câncer aos 50 anos.

“Não faz sentido falar de consequências à longo prazo para o jovem. Ele é mais imediatista, está interessado no aqui e agora. É preciso saber o que ele valoriza e o que não valoriza e fazer a prevenção em cima de seus valores”, diz.

Reações Intempestivas

Os riscos relacionados ao álcool nos mais jovens foram apenas um dos elementos avaliados pelos pesquisadores no estudo do The Lancet. Eles também destacam que, antes dos 24 anos, os indivíduos tendem a ter reações mais intempestivas, de modo que “as vitórias e os fracassos afetam a pessoa de maneira mais intensa”.

Os especialistas afirmam que as reações intempestivas nos jovens fazem com que não consigam avaliar as situações “de maneira clara”. Isso ocorre, afirma o artigo, por causa de uma maior atividade na área do cérebro que controla o prazer sentido quando o corpo recebe “recompensas” – entre elas estão a comida, o sexo e inclusive as drogas.

Fonte: Jornal da Tarde – Cebrid.

 

por, LUIZ ANTÔNIO

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Batimentos cardíacos podem enganar percepções

Pessoas muito sensíveis a seus estados internos, como a consciência da pulsação do próprio sangue, tendem a ser mais propensas a transtornos de ansiedade e pânico

Você sente seu coração batendo? A maior parte das pessoas não consegue, a menos que estejam agitadas ou com medo. Isso ocorre porque, em condições normais, o cérebro disfarça essa percepção para garantir um equilíbrio delicado e necessário: precisamos ser capazes de sentir o músculo cardíaco disparar ocasionalmente para reconhecer o medo ou a excitação. Porém, perceber o ritmo constante na maior parte do tempo nos distrairia demais ou até nos enlouqueceria.

Atualmente, várias pesquisas sugerem, no entanto, que, devido à forma como o cérebro compensa (e disfarça) nossos batimentos, ele poderia estar vulnerável a ilusões sensoriais. Cientistas de uma equipe do Instituto de Tecnologia Federal Suíço, em Lausanne, conduziram uma série de estudos com 143 participantes e constataram que os voluntários levavam mais tempo para identificar um objeto que “aparecia e sumia” quando surgia em sincronia com seus batimentos cardíacos. Utilizando uma ressonância magnética funcional, os especialistas notaram também que a atividade na ínsula, uma área cerebral associada à autopercepção, era suprimida quando as pessoas viam essas imagens sincronizadas.

Os pesquisadores que conduziram o estudo, publicado em maio de 2016 no Journal of Neuroscience, sugerem que o objeto era suprimido pelo cérebro, pois se “misturava” com todas as outras alterações do corpo que ocorrem com cada batimento cardíaco, das quais não nos damos conta: os olhos fazem movimentos minúsculos, a pressão ocular muda ligeiramente, o tórax se expande e se contrai. “O cérebro ‘sabe’ que o batimento é proveniente da própria pessoa, por isso é como se não se incomodasse com as consequências sensoriais desses sinais”, diz Roy Salomon, um dos autores do estudo.

Outra pesquisa já havia mostrado que as pessoas percebem mais prontamente que um órgão ou membro de realidade virtual é realmente o seu próprio quando surge junto a um estímulo que “aparece e some” em sincronia com seus batimentos cardíacos. Na extremidade oposta do espectro estão resultados de estudos que revelam que as sensações cardíacas podem intensificar o processo de identificação de ameaças. Indivíduos detectam com mais facilidade imagens assustadoras que aparecem ao mesmo tempo que os batimentos cardíacos e as consideram mais intensas. Talvez em razão de um batimento cardíaco perceptível estar frequentemente associado ao medo e à ansiedade, o cérebro tende a confundir o estímulo sincronizado, como se estivesse associado à reação de estresse que nos impulsiona a lutar ou fugir.

A descoberta ajuda a explicar por que as pessoas muito sensíveis a seus estados internos, incluindo a consciência de seus batimentos cardíacos, tendem a ser mais propensas a transtornos de ansiedade e pânico. Para a maioria de nós, porém, o coração continua sua labuta sem ser notado – e pode ser que as peculiaridades perceptuais relacionadas também não estejam sendo notadas.

Esta matéria foi publicada originalmente na edição de abril da Mente e Cérebro, disponível na Loja Segmento: http://bit.ly/2okoyWj 

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Nossos raquíticos cérebros humanos são péssimos em pensar sobre o futuro

Nossos futuros eus são estranhos para nós.

Essa não é nenhuma metáfora poética, mas sim um fato neurológico. Estudos de imagens por ressonância magnética funcional sugerem que quando você imagina a si mesmo no futuro, seu cérebro faz algo esquisito: ele para de agir como se você estivesse pensando em si mesmo. Em vez disso, ele começa a agir como se você estivesse pensando em uma pessoa completamente diferente.

Funciona da seguinte maneira: normalmente, quando você pensa em si mesmo, uma região do cérebro conhecida como o córtex pré-frontal medial (CPMF) “acende”. Quando você pensa em outras pessoas, ele desliga. E se você sentir que não tem nada em comum com as pessoas em quem está pensando? O CPMF se ativa ainda menos.

Mais de 100 estudos de imagens cerebrais relataram esse efeito. (Eis uma meta-análise útil: enquanto alguns estudos de imagens por ressonância magnética funcional foram questionados recentemente por erros estatísticos e falsos positivos, essa descoberta em especial é robusta.) Mas existe uma importante exceção a essa regra: quanto mais tempo você passa tentando imaginar sua própria vida, menos ativação você mostra no CPMF. Em outras palavras, seu cérebro age como se seu futuro eu fosse alguém que você não conhece muito bem, e, sinceramente, alguém com quem você não se importa.

Esse comportamento cerebral defeituoso pode fazer com que fique mais difícil para nós realizarmos ações que beneficiem nossos futuros eus tanto como indivíduos quanto como uma sociedade. Estudos mostram que quanto mais seu cérebro trata seu futuro eu como um estranho, menos autocontrole você exibe hoje, e menor é a probabilidade de você fazer escolhas pró-sociais, escolhas que provavelmente ajudarão o mundo a longo prazo. Você tem menos capacidade de resistir a tentações, procrastina mais, se exercita menos, guarda menos dinheiro para sua aposentadoria, desiste mais rápido diante de uma frustração ou de uma dor temporária, e menor é a probabilidade de você se importar com ou tentar evitar problemas de longo prazo como as mudanças climáticas.

Isso faz sentido. Como um pesquisador da UCLA, Hal Hirschfield colocou: “Por que você guardaria dinheiro para seu futuro eu quando, para seu cérebro, a impressão que se tem é de que você está dando seu dinheiro para um completo estranho?”

Nosso atual clima politico nos Estados Unidos reflete esse mesmo viés cognitivo contra o futuro. Recentemente, o presidente Trump assinou uma ordem executiva que desfaz um amplo leque de regulações pensadas para mitigar mudanças climáticas de longo prazo, favorecendo políticas que oferecem benefícios econômicos de curto prazo. E o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, foi notícia recentemente quando disse publicamente que não estava “nem um pouco preocupado” com a possibilidade de que a automação pudesse eliminar milhões ou até mesmo dezenas de milhões de empregos americanos no futuro.

“Não está nem mesmo entre nossas prioridades”, ele disse, acrescentando que isso não acontecerá em menos de “50 ou 100 anos ou até mais”.

Mas, como Daniel Gross escreveu na “Slate”, ele está errado. Provavelmente não levará cinco décadas até que robôs e a inteligência artificial reduzam de forma significativa o número de empregos disponíveis aos americanos. Uma pesquisa econômica realizada recentemente pelo MIT sugere que 670 mil empregos na indústria já foram perdidos para a automação nos Estados Unidos.

Mas mesmo que levasse 50 anos para esse furacão atingir a força de trabalho, será que estamos realmente confortáveis com nossos líderes empurrando o problema para nossos futuros eus? De acordo com o último censo, quase 180 milhões de americanos vivos hoje devem esperar estar vivos ainda daqui a 50 anos. Não estamos minimamente interessados em pensar em que tipo de mundo estaremos, ou que queremos ajudar a fazer ou evitar, quando chegar essa hora?

Infelizmente, nos Estados Unidos pensar em nosso futuro distante não é um hábito que a maior parte das pessoas adquira ou pratique com muita frequência. Sou diretora de pesquisas no Instituto para o Futuro, uma ONG com sede em Palo Alto, na Califórnia, onde acabamos de completar a primeira grande pesquisa sobre pensamento futuro nos Estados Unidos.

Nela, 2.818 pessoas refletiram sobre com que frequência elas imaginam algo que possa acontecer ou algo que elas possam pessoalmente fazer em diferentes pontos do futuro. (Os respondentes tinham no mínimo 18 anos, há uma margem de erro de 2% para mais ou para menos e um nível de confiança de 95%)

A pesquisa revelou que 53% dos americanos dizem que eles raramente ou nunca pensam sobre o “futuro distante”, ou algo que possa acontecer daqui a 30 anos. Vinte e um por cento relatam imaginar esse futuro menos de uma vez por ano, ao passo que o maior grupo de respondentes, 32%, dizem que isso nunca passa pela cabeça deles.

Da mesma maneira, 36% dos americanos dizem que eles raramente ou nunca pensam sobre algo que possam estar fazendo daqui a 10 anos. O maior grupo de respondentes, 19%, pensa nesse futuro de 10 anos menos de uma vez por ano, ao passo que outros 17% dizem nunca pensar nisso.

Felizmente, pensar em um futuro de 5 anos é um pouco mais comum do que pensar em um futuro de 10 e 30 anos. Somente 27% dos respondentes raramente ou nunca pensam sobre suas vidas daqui a cinco anos. A resposta mais comum para “Com que frequência você pensa em algo que você possa estar fazendo ou que possa acontecer daqui a cinco anos?” era uma ou duas vezes por mês.

Mas, em comparação com a frequência com que pensamos sobre nossos amigos próximos ou família —uma ocorrência quase diária— nós raramente pensamos em nossos futuros eus.

A pesquisa sugere que, quanto mais velho você fica, menos você pensa no futuro— 75% dos idosos raramente ou nunca pensam 30 anos à frente, ao passo que 51% raramente ou nunca pensam 10 anos à frente. Uma resposta comum, é claro, foi: “Não espero estar vivo até lá, então não penso a respeito”.

Mas pesquisas neurológicas anteriores também mostraram que imaginar o futuro simplesmente se torna mais difícil à medida que envelhecemos. Nós perdemos massa cinzenta e conectividade em regiões associadas ao estímulo mental do futuro.

Os dados mostraram que ter filhos ou netos não aumentava a frequência do pensamento no futuro. Contudo, um acontecimento na vida tinha esse feito: algo que lembrasse a pessoa de sua mortalidade, como um diagnóstico médico de uma doença potencialmente terminal, uma experiência de quase-morte ou algum outro evento traumático. Isso foi associado nos dados da pesquisa a um aumento estatisticamente significativo em pensamentos semanais sobre o futuro para os períodos de 5 e 10 anos (mas não no de 30 anos).

Isso faz sentido. Resvalos com a mortalidade muitas vezes são associados, na literatura da psicologia, a um esforço renovado de se levar uma vida significativa e deixar um legado positivo para trás. Pensar, planejar e contribuir para nossos futuros compartilhados a longo prazo pode ser uma parte essencial para se fundar as bases para ambos.

Mesmo sem um resvalo com a morte, algumas pessoas têm uma mentalidade muito voltada para o futuro. Dezessete por cento dos americanos afirmam pensar sobre o mundo daqui a 30 anos pelo menos uma vez por semana. Quase um terço, ou 29%, pensam sobre o futuro daqui a 10 anos pelo menos uma vez por semana. E uma porcentagem ligeiramente maior (35%) pensa sobre o futuro daqui a 5 anos pelo menos uma vez por semana.

O fato de que algumas pessoas pensam regularmente sobre o futuro se alinha com algo que pesquisadores já haviam descoberto anteriormente: as pessoas têm diferentes limiares para quando elas veem um futuro eu como um estranho. Para algumas pessoas, seus CPMF desligam quando elas pensam sobre um futuro eu daqui a um ano; para outras, a mudança não acontece até que o “futuro você” esteja 5, 10 ou 15 anos adiante. Não está claro, a partir dos dados presentes, se pensar sobre o futuro regularmente pode mudar o comportamento do cérebro ou se as pessoas que possuem um limiar mais alto só gostem naturalmente de pensar mais no futuro, porque elas já se relacionam melhor com seus futuros eus.

De qualquer forma, isso nos deixa com uma espécie de “lacuna do futuro” nos Estados Unidos.

Algumas pessoas se conectam regularmente com seus futuros eus, mas a maioria não. E isso importa, para além das ligações entre o pensamento no futuro e um maior autocontrole e comportamento pró-social. Pensar sobre o futuro em 5, 10 e 30 anos é essencial para ser um cidadão engajado e um solucionador de problemas criativo.

A curiosidade sobre o que pode acontecer no futuro, a habilidade de imaginar como as coisas poderiam ser diferentes e a empatia pelos nossos futuros eus são coisas necessárias se quisermos criar uma mudança em nossas próprias vidas ou para o mundo ao nosso redor.

Se você é alguém que raramente pensa no futuro, esse é um hábito surpreendentemente fácil de se adotar. No curso que leciono no programa de estudos continuados da Universidade de Stanford, “Como Pensar Como um Futurista”, eu digo aos alunos: façam uma lista de coisas nas quais vocês têm interesse, coisas como comida, viagens, carros, a cidade onde vocês moram, sapatos, cachorros, música, imóveis.

Então, pelo menos uma vez por semana, faça uma pesquisa no Google por “o futuro de” uma das coisas em sua lista. Leiam um artigo, ouçam a um podcast, assistam a um vídeo, e tirem algumas ideias específicas sobre como poderá ser o futuro de algo de que você goste.

Ninguém pode prever o futuro, mas há muitas pessoas por aí falando sobre como o futuro poderia ser, com novas tecnologias, novas políticas, novas culturas. E quando você consegue imaginar detalhes concretos de um futuro possível, é mais fácil preencher a lacuna do futuro e se inserir nesse futuro. O seu futuro eu se torna menos estranho, e passa a ser alguém em nome de quem você pode trabalhar ativamente para criar um mundo melhor e uma vida melhor.

*Este artigo é parte do Future Tense, uma colaboração entre a Universidade do Estado do Arizona, o New America e a “Slate”. O Future Tense explora as formas como as tecnologias emergentes afetam a sociedade, as políticas e a cultura

Tradutor: UOL

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